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Astronauta Neil Armstrong, da Apollo 11, fotografando a própria sombra projetada na superfície da Lua, em julho de 1969 | Nasa/Reuters
Astronauta Neil Armstrong, da Apollo 11, fotografando a própria sombra projetada na superfície da Lua, em julho de 1969| Foto: Nasa/Reuters

Uma nova análise de amostras da Lua revela que o satélite e a Terra receberam sua água da mesma fonte original, o que parece sugerir que o planeta já nasceu "molhado".

O resultado também faz os cientistas admitirem que não entendem direito o exato processo de surgimento da Lua, porque a presença de sinais de água de provável origem terrestre lá parece inconsistente com os modelos tradicionais de formação lunar.

A teoria prevalente é de que há 4,5 bilhões de anos, na época em que os planetas estavam em formação, um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra "bebê".

O impacto violentíssimo teria derretido a superfície do planeta e ejetado uma grande quantidade de material em órbita. Por colisões e atração gravitacional, esse material voltaria a se reunir no espaço, formando a Lua.

A hipótese é ótima porque explica como a Terra foi parar com um satélite natural tão grande, mas, ainda assim, pouco denso.

O que a hipótese não explica é como sobrou água para formar o magma no interior da Lua. Supostamente, no impacto, toda água que pudesse estar no planeta e acabou ejetada deveria ter sumido.

"Desde as missões Apollo, entre 1969 e 1972, até 2008, acreditava-se que a Lua era completamente seca, o que era consistente com o modelo de sua formação por um impacto gigante", disse Alberto Saal, pesquisador da Universidade Brown, em Providence, no estado americano de Rhode Island, e primeiro autor do novo estudo, publicado on-line pelo periódico Science.

Em 2008, o grupo de Saal apresentou a primeira evidência de hidrogênio dissolvido em vidros vulcânicos lunares – resquício da água que existia no magma do satélite. Faltava explicar como essa água foi parar lá.

Amostras

Usando amostras colhidas na própria Lua pelos astronautas das missões Apollo 15 e 17, os pesquisadores liderados por Saal compararam a proporção de dois tipos de átomo, hidrogênio e deutério – que consiste basicamente em um tipo "pesado" de hidrogênio.

A proporção entre deutério e hidrogênio é uma forma interessante de rastrear a origem da água porque ela aparece em diferentes quantidades em vários locais do Sistema Solar.

Os pesquisadores notaram que o valor obtido para a Lua é similar ao observado em amostras vulcânicas da Terra e virtualmente idêntico ao obtido em meteo­ritos conhecidos como condritos carbonáceos, que por sua vez são resquícios da formação do Sistema Solar.

Moral da história: não foram cometas que trouxeram a água da Terra (e, por tabela, para a Lua), mas sim asteroides. E isso aconteceu provavelmente ainda durante a formação do planeta.

"O mais provável é que a Terra tenha se formado com água, e uma das implicações do nosso trabalho é que nenhuma variação significativa ocorreu desde o impacto que formou a Lua", diz Saal.

Agora, de posse dos dados, os cientistas precisam voltar às pranchetas para explicar como o impacto que produziu a Lua não eliminou a água, como era esperado pelos modelos tradicionais.

A teoria

prevalente é de que há 4,5 bilhões de anos, na época em que os planetas estavam em formação, um objeto do tamanho de Marte colidiu com a Terra "bebê".

O impacto

teria derretido a superfície da Terra e ejetado material em órbita. Por colisões e atração gravitacional, esse material voltaria a se reunir no espaço, formando a Lua.

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