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Alexandre, o Grande, além de rei da Macedônia e conquistador do Império Persa, também usou o título de faraó em vida. E não era exagero, já que, como acaba de mostrar um grupo de pesquisadores franceses, Alexandre adorava uma obra faraônica. Eles revelaram como o guerreiro construiu uma ponte de 1 km de comprimento, permitindo que ele atacasse e tomasse a cidade de Tiro, na Fenícia (atual Líbano).

O cerco de Tiro foi uma das aventuras mais épicas de Alexandre, que havia partido de seu reino no norte da Grécia para atacar as terras do Império Persa, do qual a Fenícia fazia parte. O povo de Tiro se refugiou numa fortaleza localizada numa ilha, dificultando os ataques do rei macedônio. No ano 332 a.C., Alexandre precisou de sete meses para finalmente capturar a cidade. A ponte faraônica permitou que ele levasse suas catapultas e torres de assalto até as muralhas fenícias. Mas restava saber como uma obra de engenharia desse porte foi possível em época tão remota.

Para isso, Nick Marriner e seus colegas do Centro Nacional de Pesquisa Científica francês examinaram os sedimentos marinhos da região. O que eles descobriram é, em tempos pré-históricos, o regime de marés perto da ilha permitiu a formação natural de uma ligação entre ela e o continente. Os sedimentos se depositaram a apenas um ou dois metros da superfície do mar.

Alexandre e seus engenheiros militares se aproveitaram dessa mãozinha da natureza, usando-a como fundação para sua ponte. O plano funcionou, embora os moradores de Tiro ainda tenham incendiado os equipamentos de cerco do rei e o forçado a lutar também no mar. Como vingança pela dor de cabeça e pela morte de muitos de seus soldados, Alexandre matou 8.000 habitantes de Tiro e mandou vender outros 30 mil como escravos.

O estudo está na edição desta semana da revista científica "PNAS".

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