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Acusação anunciada pelo procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, aponta que civil americano foi alvo de tortura e tratamento desumano em abril de 2022
Acusação anunciada pelo procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, aponta que civil americano foi alvo de tortura e tratamento desumano em abril de 2022| Foto: EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS

Os Estados Unidos acusaram nesta quarta-feira (6) quatro militares russos de crimes de guerra na Ucrânia contra um cidadão americano. A acusação inclui os crimes de tortura e tratamento desumano.

O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, disse em entrevista coletiva que os eventos ocorreram em abril de 2022.

A acusação contra os militares apresentada no Distrito Leste da Virgínia, por ações contra um cidadão americano na Ucrânia como parte da invasão russa àquele país, inclui três acusações de crimes de guerra por tortura, tratamento desumano e confinamento ilegal, e uma acusação de conspiração para cometer crimes de guerra.

Dois dos réus, Suren Seiranovich Mkrtchyan e Dmitry Budnik, eram oficiais comandantes de unidades militares das Forças Armadas Russas e/ou da república autoproclamada de Donetsk. Os outros dois, Valerii e Nazar, cujos sobrenomes não foram fornecidos, eram de patente inferior.

Na época em que cometeram os crimes de guerra pelos quais Washington os acusa, eles estavam na Ucrânia lutando em nome da Rússia.

O Departamento de Justiça disse em comunicado que Mkrtchyan e os soldados sob seu comando sequestraram a vítima de sua casa em Mylove, no sul da Ucrânia, e o mantiveram ilegalmente “por pelo menos dez dias”. Ele não estava ativamente envolvido no conflito.

As acusações detalham que Mkrtchyan e Budnik conduziram pelo menos dois interrogatórios durante os quais os quatro réus “e outros” torturaram a vítima, que é casada com uma cidadã ucraniana.

Nos dez dias em que o cidadão americano esteve sob o controle deles, de acordo com a nota, ele foi colocado de bruços e nu no chão, teve as mãos amarradas atrás das costas, teve uma arma apontada para a cabeça, foi espancado e alvo de uma simulação de execução.

O diretor do FBI, Christopher Wray, afirmou no comunicado que, desde o início da invasão, “a Rússia tem usado os abusos dos direitos humanos como arma para causar tragédias inimagináveis”.

A acusação desta quarta-feira, a primeira sob o estatuto de crimes de guerra dos EUA, deixa claro, disse ele, que o FBI “trabalhará com a total cooperação das autoridades internacionais para fazer justiça às vítimas dessas atrocidades”.

Garland acrescentou que as acusações apresentadas são “um passo importante para responsabilizar o regime russo por sua guerra ilegal na Ucrânia”, mas o procurador-geral enfatizou que “ainda há muito trabalho a ser feito nesse sentido”.

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