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Os Estados Unidos admitiram na quinta-feira haver lacunas em seu conhecimento sobre o suposto programa clandestino de enriquecimento de urânio da Coréia do Norte.

O negociador norte-americano para essa questão, Chris Hill, disse que tal programa, que poderia produzir combustível para armas nucleares, exigiria ``muito mais equipamento do que sabemos que eles na verdade compraram'', e também ``algumas técnicas consideráveis de produção que não temos certeza se eles dominaram''.

Ele também levantou a hipótese de que tubos de alumínio adquiridos há alguns anos pela Coréia do Norte podem ter ido ''para outro lugar'' que não as instalações nucleares, como suspeitavam os EUA.

Mas, em conferência na Brookings Institution, Hill insistiu que ``os norte-coreanos fizeram algumas compras de equipamentos que são inteiramente consistentes com um programa de urânio altamente enriquecido''.

Um ex-funcionário dos EUA disse que as lacunas de informação citadas por Hill existem desde 2002, quando o governo Bush denunciou pela primeira vez o programa. Essa é possivelmente a primeira vez que a desinformação é publicamente assumida.

Fazer Pyongyang compilar uma lista exaustiva das atividades nucleares a serem abandonadas -o que inclui o programa de enriquecimento- é uma das principais tarefas previstas na primeira fase de implantação, com duração de 60 dias, do acordo nuclear de 13 de fevereiro.

Por esse acordo, a Coréia do Norte aceitou desativar seu principal complexo de produção de plutônio em troca de 50 mil toneladas de combustível. Autoridades norte-americanas dizem que em 2002 os norte-coreanos inicialmente admitiram a existência do programa de urânio, mas posteriormente o desmentiram.

Se tudo correr conforme o previsto no acordo, os chanceleres dos EUA e da Coréia do Norte devem se reunir em abril em Pequim, segundo Hill. Estabelecer relações diplomáticas é um importante objetivo da política externa norte-coreana.

A CIA disse em 2002 que um ano antes a Coréia do Norte havia começado a comprar grandes quantidades de equipamentos relativos a centrífugas nucleares e que estava construindo uma fábrica capaz de produzir urânio adequado para uma ou duas bombas por ano, talvez já a partir de 2005. Essa acusação fez com que um acordo nuclear de 1994 com a Coréia do Norte fosse abandonado.

O físico norte-americano David Albright propôs na quarta-feira uma reavaliação do que chamou de acusação questionável dos EUA sobre um programa secreto de enriquecimento.

Albright, que recentemente visitou Pyongyang, disse em entrevista coletiva que ``pode ser mais um caso de falta de provas'', já que não há dados recentes para manter a acusação e o Norte insiste que não construiu a fábrica.

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