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As nações envolvidas nas negociações de um novo tratado climático global precisam focar a adoção de metas factíveis de redução das emissões de gases do efeito estufa, para envolver o máximo possível de países, disse nesta terça-feira o secretário de Energia dos EUA, Steven Chu.

O novo tratado deve ser adotado em dezembro numa reunião da ONU em Copenhague, para substituir o Protocolo de Kyoto depois de 2012.

Os países em desenvolvimento querem que as nações ricas reduzam até 2020 suas emissões em 25 a 40 por cento em relação aos níveis de 1990, como forma de evitar os piores efeitos do aquecimento. Mas muitos países industrializados temem que tal redução seja inviável, especialmente num momento de crise econômica.

"O que os EUA podem trazer e podem aceitar certamente não se sabe, mas eu acho que provavelmente (cortes de) 40 ou 30 por cento seriam agressivos demais para 2020 para os EUA", disse Chu a jornalistas em Viena.

"Se olharmos para a história de Kyoto, onde muitos países assinaram e muitos dos países não cumpriram suas metas, é preciso ver como realmente chegar lá", afirmou.

De acordo com ele, seria difícil aprovar tal meta no Senado dos EUA, e é importante que as metas adotadas sejam realistas, inclusive para dar um exemplo e derrubar o mito de que políticas "limpas" prejudicariam o desenvolvimento econômico.

"Se você consegue todos esse ganhos nos primeiros 20, 30 por cento de redução (nas emissões) de carbono só usando a energia de forma eficiente, pode ensinar às pessoas que há um caminho", afirmou.

Os EUA - segundo maior emissor global de carbono, atrás da China - propõe reduzir suas emissões até 2020 para 14 por cento a menos do que em 2007, o que significaria uma volta aos níveis de 1990.

Chu admitiu que, se os países não definirem metas ambiciosas em breve, terão de ser mais agressivos depois para evitar os piores efeitos da mudança climática.

"Se eu acho que o mundo desenvolvido pode diminuir suas emissões de carbono em 20, 30, 40 por cento? Sim. Acho que é uma meta muitíssimo agressiva, (mas) é factível."

Chu disse que o resultado da reunião de Copenhague não pode ser tão fraco a ponto de que ela seja considerada uma perda de tempo, mas acrescentou que o evento não deve ser visto como uma última chance de agir contra o aquecimento global.

"Se eu digo para esperarmos para que (a mudança climática) seja avassaladora? Não. É preciso trazer mais pessoas, então não vamos partir do princípio de que é agora ou nunca", afirmou.

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