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O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, durante coletiva de imprensa em que anunciou sanções ao petróleo da Venezuela | MANDEL NGAN / AFP
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, durante coletiva de imprensa em que anunciou sanções ao petróleo da Venezuela| Foto: MANDEL NGAN / AFP

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, anunciou nesta segunda-feira (28) que o país sancionará a companhia estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA). O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa na Casa Branca, em Washington.

Mnuchin disse que as sanções passam a ter efeito imediatamente. Todo dinheiro obtido com a compra da commoditty pelos Estados Unidos irá para contas bloqueadas que só poderão ser sacadas quando "um governo democraticamente eleito estiver no controle da Venezuela, segundo o secretário do Tesouro Steve Mnuchin. 

O governo americano informou que serão bloqueados US$ 7 bilhões em ativos e que US$ 11 bilhões em exportações devem ser perdidos pela Venezuela, com as sanções. De acordo com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, a medida busca evitar o desvio de ativos da Venezuela para Maduro e preservá-los para a população local. "O caminho para um alívio nas sanções para a PDVSA passa pela transferência rápida de controle para o presidente interino ou um governo subsequente, eleito democraticamente", afirmou a autoridade. "Apoiamos Juan Guaidó em sua busca pela volta da democracia na Venezuela", disse Mnuchin.

Mnuchin argumentou que as refinarias dos EUA já tomaram medidas anteriormente para reduzir as importações da Venezuela. Segundo ele, as sanções adotadas hoje devem ter "efeito mínimo" nas refinarias dos EUA. Além disso, deve haver algumas licenças especiais para autorizar certas transações de petróleo com a PDVSA, explicou. De acordo com Mnuchin, o preço da gasolina nos EUA não deve sofrer alterações por causa da medida. Questionado sobre os preços do petróleo, ele argumentou que a commodity reflete neste momento o quadro na oferta e a demanda. Ainda segundo o governo americano, os ativos da Citgo nos EUA continuarão a operar normalmente. A Citgo America é uma subsidiária da venezuelana PDVSA.

Pouco antes do anúncio, o líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, que na semana passada se declarou presidente interino do país, disse nesta segunda-feira, 28, que deu início ao processo de nomeação de novos diretores da PDVSA, a estatal venezuelana do petróleo, e da Citgo, a filial americana da empresa. 

Guaidó afirmou também que o Parlamento assumirá o controle de contas do Estado venezuelano em instituições financeiras internacionais. 

Reconhecido por grande parte da comunidade internacional, principalmente no continente americano, Guaidó deve com isso ter acesso a recursos financeiros que antes eram controlados pelo presidente Nicolás Maduro.

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“Os Estados Unidos estão responsabilizando os culpados pelo trágico declínio da Venezuela”, disse o secretário do Tesouro durante a coletiva.

Também presente na entrevista coletiva do governo, o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, destacou que a economia venezuelana está "em estado de colapso", com milhões de refugiados para a região, e que os EUA responsabilizam o regime de Nicolás Maduro. "O presidente deixou isso muito claro, neste assunto, todas as opções estão na mesa".

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O senador republicano Marco Rubio, diretor do subcomitê de Relações Exteriores no Hemisfério Ocidental, publicou em seu site - antes do anúncio do secretário do Tesouro - um elogio à decisão do governo de Donald Trump de impor sanções contra a companhia de petróleo PDVSA. 

"A família criminosa de Maduro tem usado a PDVSA para comprar e manter o apoio de muitos lideres militares", disse Rubio. "O petróleo pertence ao povo venezuelano, e assim o dinheiro que a PDVSA lucrar com suas exportações será agora devolvido ao povo pelo seu governo constitucional e legítimo”, continuou.

Chavismo sem acesso a recursos

Para economistas, a crise deve ter, no entanto, grave impacto na população. Maduro, que por enquanto parece ter o respaldo da cúpula das Forças Armadas, acusa os Estados Unidos de planejar um golpe de Estado contra ele ao apoiar a decisão de Guaidó e incentivar outros países a fazerem o mesmo. 

A estratégia arriscada e incomum de reconhecer um governo alternativo sem poder de facto tem por trás um objetivo econômico: bloquear o acesso do regime chavista aos recursos provenientes da exportação de petróleo e ativos venezuelanos no exterior, o que traz consigo inúmeras implicações jurídicas e financeiras. 

O principal alvo dessa estratégia é a Citgo, a filial americana da PDVSA com sede em Houston, responsável por grande parte das receitas da empresa. Outro alvo são os US$ 1,2 bilhão em reservas de ouro depositadas no Banco da Inglaterra, que correspondem a 15% das reservas em moeda forte do país.

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