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Oriente Médio

EUA bombardeiam jihadistas no Iraque

Caças americanos atacam militantes do Estado Islâmico para evitar um “genocídio” de cristãos e yazidis

Crianças em um grupo de desabrigados da província de Nínive chegam à região de Sulaimaniya, no Iraque | Reuters
Crianças em um grupo de desabrigados da província de Nínive chegam à região de Sulaimaniya, no Iraque (Foto: Reuters)

Os Estados Unidos se envolveram diretamente no Iraque pela primeira vez desde a retirada de suas tropas em 2011, bombardeando ontem posições jihadistas que ameaçam o Curdistão iraquiano e milhares de cristãos e yazidis.

Dois caças bombardeiros americanos lançaram bombas de 250 kg sobre uma peça de artilharia móvel do Estado Islâmico (EI), que tinha como alvo as forças curdas em Arbil, anunciou o porta-voz do Pentágono, o almirante John Kirby.

O chefe do exército iraquiano, Babaker Zebari, afirmou que apoio aéreo permitiria "enormes mudanças no terreno nas próximas horas".

"Os oficiais do exército iraquiano, os peshmerga [curdos] e especialistas americanos estão trabalhando em conjunto para identificar alvos", explicou, também citando ataques americanos na região de Sinjar, a oeste de Mossul, e operações previstas "contra cidades controlada pelo EI".

Por sua vez, a ONU está trabalhando para criar "corredores humanitários" no norte do Iraque, para permitir assim a retirada dos civis em risco.

Já a França se disse pronta para desempenhar o seu papel na assistência às vítimas civis dos "abusos intoleráveis" do EI, enquanto o Reino Unido anunciou o lançamento de alimentos nas próximas 48 horas.

Desde domingo, dezenas de milhares de pessoas fugiram ante o avanço dos jihadistas, que estão a apenas 40 km de Arbil, capital da região autônoma do Curdistão, um aliado de Washington.

No início da semana, a tomada de Sinjar, reduto da minoria yazidi, considerada pelos jihadistas como "adoradores do diabo", já havia provocado o deslocamento de 200 mil civis, segundo a ONU.

Alguns fugiram para o Curdistão ou Turquia, mas milhares de outros estão presos nas montanhas desérticas ao redor, onde estão expostos à fome e à sede, além da ameaça dos jihadistas, conhecidos por sua crueldade.

A ofensiva do EI contra os yazidis e cristãos "mostra todos os sinais de um genocídio", declarou ontem o secretário de Estado americano, John Kerry, em uma visita a Cabul.

Citando "uma crise humanitária que requer coragem" e o risco de uma nova onda de violência ainda mais mortal, o diplomata explicou que os EUA tinham "decidido salvar essas vidas".

Combates recomeçam na Faixa de Gaza

AFP

A ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, retomada após o lançamento de foguetes contra seu território, matou ontem cinco palestinos, incluindo um menino de 10 anos, pouco depois do fim de uma trégua que Israel e os palestinos não entraram em acordo para prorrogar.

O exército israelense informou durante a manhã ter atacado instalações terroristas na Faixa de Gaza, em resposta ao lançamento de foguetes a partir do território palestino contra Israel, embora tenha informado que até o momento não mobilizou tropas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou ontem uma resposta contundente aos novos ataques do movimento islamita palestino Hamas.

Tel Aviv registrou o lançamento de 35 foguetes contra seu território depois do fim da trégua, às 8 h de ontem (2 h de Brasília), e interceptou um deles em Ashkelon. Um soldado e um civil israelenses ficaram levemente feridos por um foguete no sul de Israel.

Ontem, milhares de moradores começaram a fugir de suas casas do leste da cidade de Gaza diante do temor de novos bombardeios israelenses. A ofensiva israelense Margem Protetora, lançada no dia 8 de julho para deter o lançamento de foguetes por parte do Hamas e destruir sua rede de túneis, matou quase 1.950 palestinos, entre eles 430 crianças, segundo o ministério da Saúde palestino. Segundo as Nações Unidas, 73% dos mortos são civis (e centenas de crianças).

Além disso, 64 soldados israelenses morreram e os foguetes lançados de Gaza mataram três civis em território israelense.

Antes da expiração da trégua, o Hamas e seus aliados da Jihad Islâmica rejeitaram uma eventual prolongação do cessar-fogo. No entanto, segundo o líder dos negociadores palestinos no Cairo, eles continuam dispostos a negociar uma trégua na Faixa de Gaza.

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