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Deputada Anna Eshoo é membro do subcomitê que está realizando audiência contra “desinformação e extremismo” na mídia
Deputada Anna Eshoo é membro do subcomitê que está realizando audiência contra “desinformação e extremismo” na mídia| Foto: Reprodução/Wikimedia/brian washburn

Um subcomitê da Câmara realizou uma audiência virtual na quarta-feira (24) para discutir como eliminar o que os democratas chamam de “desinformação e extremismo” na mídia.

O presidente do comitê de Energia e Comércio da casa, o democrata Frank Pallone Jr., e o presidente do subcomitê de comunicações e tecnologia, o democrata Mike Doyle, organizaram a audiência.

“A seriedade prolongada da pandemia de Covid-19 e o ataque ao nosso Capitólio em 6 de janeiro trouxeram uma realidade assustadora: a disseminação da desinformação e do extremismo pela mídia tradicional de notícias que apresenta uma ameaça tangível e desestabilizadora”, disseram Pallone e Doyle em uma declaração conjunta anunciando a audiência.

A audiência aconteceu apenas dois dias depois que os deputados democratas Anna Eshoo e Jerry McNerney enviaram uma carta a uma dúzia de empresas de TV por assinatura diferentes, incluindo Comcast, AT&T e Cox Communications, questionando se eles renovariam contratos com One America News Network (OANN), Newsmax e Fox News.

“Você planeja continuar a transmitir Fox News, Newsmax e OANN…? Se sim, por quê?” perguntaram os deputados democratas da Califórnia.

“Os especialistas observaram que o ecossistema da mídia de direita é 'muito mais suscetível... à desinformação, mentiras e meias-verdades'”, escreveram eles, citando o livro “Network Propaganda” de Yochai Benkler, Robert Faris e Hal Roberts.

Alguns líderes conservadores, como a deputada republicana Cathy McMorris Rodgers, veem os esforços da esquerda para impedir a disseminação de "desinformação" como uma ameaça direta ao direito da Primeira Emenda dos americanos à liberdade de expressão.

“Todo jornalista – da MSNBC e CNN ao The New York Times – deveria se preocupar com as ações da maioria [democrata]”, disse McMorris Rodgers em sua declaração preparada na audiência de quarta-feira. “E qualquer pessoa que valorize a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa deve se preocupar.”

Pallone e Doyle apontaram para a necessidade de reportagens baseadas em fatos como uma razão central para a audiência, intitulada “Fanning the Flames: Disinformation and Extremism in the Media [Diminuindo as chamas: desinformação e extremismo na mídia]”.

Quatro testemunhas discursaram e se envolveram em várias horas de perguntas e respostas, incluindo Soledad O’Brien, uma veterana da CNN e da NBC que é âncora do "Matter of Fact" da Hearst Television.

Os outros eram Emily Bell, professora de jornalismo na Columbia University; Kristin Danielle Urquiza, cofundadora da organização Marcada pela Covid; e Jonathan Turley, professor de direito da George Washington University.

Aqui estão os três principais destaques da audiência.

1. “Não convide mentirosos” em programas de notícias

Em suas observações iniciais, O’Brien argumentou que as plataformas de notícias podem conter a disseminação de desinformação ao se recusar a entrevistar "mentirosos" na TV.

“Não convide as pessoas para mentir em seu programa porque isso as eleva e apresenta a mentira como o outro lado”, disse O’Brien.

É função do jornalista verificar as informações e “todas as perspectivas não merecem uma plataforma”, disse ela.

Não é papel do Congresso restringir as plataformas da mídia ou determinar quem aparece nos programas de notícias, argumentou O’Brien, mas sim os jornalistas que devem fornecer ao público fatos, não apenas opiniões.

Turley, o professor de direito, disse que está muito menos confiante na capacidade da mídia de determinar o que é mentira.

“Não acho que seja justo dizer 'Sou a favor da liberdade de expressão e da imprensa livre, desde que você não seja um mentiroso, desde que o que está dizendo não seja falso’”, disse Turley.

Ele disse que a questão permanece “quem é o árbitro” da verdade?

“O que significa que alguém é mentiroso e alguém faltou com a verdade?” perguntou.

Quanto ao papel do governo, disse Turley, a Primeira Emenda não permite que o Congresso determine quem fala a verdade e quem tem permissão para aparecer no noticiário noturno.

2. Mercados abertos favorecem "maus atores"

Durante a audiência, legisladores e testemunhas discutiram seus pontos de vista sobre a necessidade de restrições à mídia ou a necessidade de mercados mais livres que permitam que mais vozes sejam ouvidas no cenário de notícias da América.

“A mídia digital e a redução das barreiras ajudaram a elevar as vozes anteriormente marginalizadas e ignoradas e tornou todas as discórdias públicas muito mais diversificadas”, disse Bell, o professor de jornalismo da Universidade de Columbia. “Mas um mercado aberto, sem regulamentação, sempre favorecerá os maus atores em relação aos bons.”

Embora a escolha individual e os mercados livres sejam parte da solução para conter a desinformação, disse ela, “acredito que haja um papel político aqui, que não é infringir [a] Primeira Emenda, mas sim fortalecer as formas pelas quais podemos ter um ambiente de notícias mais vibrante e verdadeiro.”

Mas Turley argumentou que qualquer regulamentação governamental da imprensa não produzirá um "produto menos questionável", mas sim um "produto oficial, que é exatamente o que a imprensa livre foi projetada para evitar".

Em vez disso, o papel do Congresso e da mídia deve ser oferecer ao público informações de forma transparente, a fim de reconstruir a fé tanto na imprensa quanto nos líderes políticos, disse Turley.

“Aqui, valorizamos a liberdade de expressão e uma imprensa livre e independente”, disse McMorris Rodgers em seu discurso de abertura. “Acreditamos no diálogo e na batalha de ideias. Em vez de censurar e silenciar o discurso protegido constitucionalmente, a resposta é mais discurso. Esse é o jeito americano.”

3. Conflito por causa de cartas

Os republicanos repetidamente expressaram preocupações sobre as cartas às empresas de cabo de Eshoo e McNerney.

“A audiência de hoje, junto com as cartas da maioria que visam canais de TV a cabo de direita, são realmente uma escalada perigosa na cruzada da esquerda para silenciar qualquer um que não concorde com sua ideologia”, disse McMorris Rodgers.

As cartas dos democratas da Califórnia faziam uma série de perguntas a 12 empresas de cabo, incluindo “[quantos] de seus assinantes sintonizaram Fox News, Newsmax e OANN... para cada uma das quatro semanas anteriores às eleições de 3 de novembro de 2020 e aos ataques de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio?”

Turley chamou as cartas dos legisladores de "não apenas arrepiantes", mas "congelantes".

O deputado republicano Bob Latta disse que o que mais o perturbou sobre as cartas foi que elas visavam especificamente três veículos conservadores da mídia.

Mas Eshoo defendeu veementemente o conteúdo, apontando que “as cartas fazem perguntas às empresas”, e não afirma que o Congresso deve restringir a liberdade de imprensa.

“Temos um problema neste país; e grande”, disse Eshoo. “É uma situação complicada por causa de nossa Constituição, mas precisamos examinar e ser francos uns com os outros sobre o que está acontecendo no país.”

As empresas de mídia social desempenham um papel na divulgação de informações incorretas, mas “os meios de comunicação tradicionais não devem escapar do escrutínio ou da responsabilidade”, disse McNerney sobre o motivo de ser coautor das cartas assinadas por Eshoo.

Virginia Allen é produtora de notícias do The Daily Signal. Ela é co-apresentadora do “The Daily Signal Podcast” e “Problematic Women”.

©2021 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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