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Decisão

"País resistirá às sanções", diz Khamenei

O Irã não vacilará face às sanções econômicas impostas ao país pelo Ocidente, disse ontem o líder político e religioso do país, o aiatolá Ali Khamenei, em comentários exibidos na televisão estatal. "A decisão firme da República Islâmica é resistir às pressões das potências ocidentais", disse Khamenei.

"Enquanto o povo iraniano viaja a estrada para o sucesso e vê sinais de novas vitórias, o opressor [ocidental] tenta assustar o povo iraniano e seus governantes brandindo a ameaça de sanções", disse Khamenei, em comentários publicados pela AFP.

Embora analistas e alguns funcionários do governo iraniano tenham dito que a última rodada de sanções atingiu a economia iraniana, o líder supremo descartou as afirmações de que isso fará o Irã desistir de seus objetivos.

Políticos e militares iranianos ameaçaram fechar o Estreito de Ormuz, por onde trafega pelo menos 20% do petróleo exportado por via marítima a cada ano, no caso de um ataque militar ao país ou de sanções que proíbam ao Irã exportar seu petróleo.

Agência Estado

Os Estados Unidos criticaram on­­tem a sentença de morte dada pelo Irã ao ex-fuzileiro naval Amir Mirzai Hekmati, que tem dupla cidadania norte-americana e iraniana, e disseram que as acusações de que ele trabalhava para a Agência Central de Inteli­­gência (CIA, na sigla em inglês), são "falsas".

Hekmati teria 20 dias para apelar da sentença segundo a mídia iraniana. Se ele fizer isso, o caso deverá ir à Suprema Corte do Irã. O veredicto a Hekmati foi tornado público em meio ao aumento das tensões entre os EUA e o Irã.

"Nós vimos na imprensa iraniana matérias dizendo que o senhor Hekmati foi sentenciado à morte por um tribunal iraniano. Se for verdade, condenamos fortemente tal veredicto e vamos trabalhar com nossos parceiros para transmitir nossa condenação ao governo iraniano", disse o porta-voz do Conselho de Segu­­rança Nacional dos EUA, Tommy Vietor. O Departamento de Esta­­do norte-americano pediu a libertação de Hekmati.

Hekmati, de 28 anos, foi "sentenciado à morte por cooperar com uma nação hostil, ser membro da CIA e tentar implicar o Irã em terrorismo", segundo o veredicto, de acordo com a agência de notícias Fars do Irã.

O juiz do tribunal revolucionário de Teerã, Abdolghassem Salavati, o declarou "moharab [em guerra contra Deus] e corrupto na Terra".

Fluente

Nascido nos EUA de uma família iraniana, Hekmati teria sido mostrado pela televisão estatal iraniana em meados de dezembro, di­­zendo em farsi fluente e em inglês que era ligado à CIA e havia sido enviado ao país para se infiltrar no Ministério de Inteligência iraniano. Ele havia sido preso meses antes.

"As afirmações de que Hekma­­ti trabalhou para a CIA, ou foi por ela enviado ao Irã, são falsas", disse Vietor. "O regime iraniano tem um histórico de acusar falsamente pessoas de serem espiões, ou de obter confissões forçadas e de manter americanos presos por razões políticas", disse Vietor.

O corpo de fuzileiros navais dos EUA informou que Amir Ne­­ma Hekmati serviu como soldado entre 2001 e 2005, incluindo uma temporada de missão no Iraque em 2004. As informações dos fu­­zileiros navais não incluem ne­­nhuma missão no Afeganistão. Não está claro porque um dos so­­ brenomes do jovem foi grafado de maneira diferente.

Hekmati trabalhou como tradutor para as Forças Armadas dos EUA. Antes de visitar o Irã e ser detido, no ano passado, ele vivia com a esposa no estado de Michigan.

Funcionários iranianos disseram que o disfarce dele foi descoberto por agentes do Irã que o flagraram na base militar aérea de Bagram, operada pelos Estados Unidos, no vizinho Afeganistão. A família de Hekmati, porém, disse que ele havia viajado ao Irã pa­­ra visitar seus avós e que não era um espião.

Na única audiência do caso, em 27 de dezembro, promotores disseram confiar na "confissão" de Hekmati de que ele tentou pe­­netrar na inteligência iraniana. Os EUA exigiram a libertação do suspeito.

O governo dos EUA também pediu ao Irã que permita que Hekmati seja visitado na prisão por diplomatas suíços. A Suíça representa os interesses americanos no Irã, uma vez que os dois países não têm relações diplomáticas. O Departamento de Estado afirmou que o Irã não permitiu que diplomatas da embaixada suíça vissem Hekmati antes ou durante o julgamento.

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