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Moradores fazem fila para trocar botijões de gás em bairro de Caracas, capital da Venezuela, 14 de março. Foto: Ronaldo Schemidt / AFP
Moradores fazem fila para trocar botijões de gás em bairro de Caracas, capital da Venezuela, 14 de março. Foto: Ronaldo Schemidt / AFP| Foto:

Os Estados Unidos estão considerando impor sanções financeiras para proibir Visa, Mastercard e outras instituições financeiras de fazer transações na Venezuela, uma autoridade do governo Trump disse à Reuters nesta quinta-feira (14).

A medida seria mais um passo para sufocar financeiramente o regime do ditador Nicolás Maduro. O objetivo das sanções seria atingir os grupos que permanecem leais a Maduro, incluindo membros das Forças Armadas, grupos paramilitares e cubanos que operam na Venezuela, evitando atingir os cidadãos comuns, segundo a fonte, que não foi identificada.

“O objetivo dessas sanções é continuar a privar o regime ilegítimo de Maduro do acesso a fundos e negar sua capacidade de continuar roubando do povo venezuelano”, disse o funcionário do governo à Reuters. Ele disse que as potenciais sanções seriam similares a sanções já impostas pelo governo Trump ao Irã, Coreia do Norte, Síria e, em proporção  menor, Rússia.

Sanções como essas poderiam impedir que as instituições financeiras estatais tivessem acesso ao sistema financeiro mundial, incluindo transferências bancárias internacionais. Ainda segundo o funcionário americano, os Estados Unidos usariam sua autoridade para permitir que os cidadãos venezuelanos fizessem transações para comprar alimentos e medicamentos.

Petróleo bloqueado

Em janeiro, após Juan Guaidó se declarar presidente interino, os Estados Unidos anunciaram sanções contra a companhia estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA). A medida é uma forma de pressionar o regime de Maduro e apoiar a campanha de transição para a democracia liderada por Juan Guaidó.

Na ocasião, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que todo dinheiro obtido com a compra da commodity pelos Estados Unidos iria para contas bloqueadas que só poderão ser sacadas quando “um governo democraticamente eleito estiver no controle da Venezuela”.

Após as sanções americanas, o petróleo venezuelano está lotando navios, por falta de comprador, já que poucos clientes no mundo ousam comprar com a PDVSA. Cargueiros com mais de 8 milhões de barris de petróleo venezuelano, com preço estimado de US$ 500 milhões, estão ancorados no país.

Especialistas consideram difícil prever o que vai acontecer com o regime de Maduro à medida que as pressões econômicas aumentam. Cuba, por exemplo, já passou por graves crises econômicas com pressões internacionais severas e o regime continua vivo. Esse também é o caso da Coreia do Norte.

Laura Gamboa, professora de Ciência Política na Utah State University, explica que a situação econômica e pressões internacionais acompanhadas de uma oposição que possa capitalizar sobre isso podem abrir caminho para a mudança de regime.

Leia também: Os cenários possíveis para a Venezuela

"As pressões internacionais e domésticas aumentam os custos para Maduro, e seu círculo próximo, permanecer. Maduro e seu círculo próximo estão ilhados, sem dinheiro e sem o apoio da população", disse Gamboa em entrevista à Gazeta do Povo no início de março. "Isso não é suficiente para gerar uma transição democrática. Mas, se a oposição capitalizar isso e gerar alternativas de saída, os custos de sair podem baixar o suficiente para que a cúpula que apoia Maduro decida abandoná-lo ou Maduro mesmo decida sair", explicou, ressaltando que ainda é cedo para saber o que vai acontecer.

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