"Sua postura imaculada, seus modos imperiosos, seu convencional e um tanto forçado charme (...) fizeram de Thatcher a quintessência da matrona suburbana britânica." A frase não é uma homenagem póstuma um tanto constrangedora à ex-premiê do Reino Unido, mas sim parte de um relato confidencial, de fevereiro de 1975, da diplomacia americana sobre a então nova líder do Partido Conservador de Londres.
A descrição, contida nos mais de 2 milhões de documentos da diplomacia dos EUA vazados neste domingo (7) pelo WikiLeaks, está em um relatório que reúne as "impressões iniciais" sobre a nova "estrela política" do Reino Unido.
As descrições de Thatcher feitas pela diplomacia norte-americana mostram a surpresa com uma figura que, tendo saído "do nada", alçou proeminência no cenário britânico, mas reconhecem seu potencial como líder."É consenso entre amigos e críticos que ela é uma parlamentar eficaz e energética. Ela possui uma mente rápida, senão profunda, e trabalha duro para gerenciar tarefas complicadas. Ela luta com habilidade e determinação, mas pode ser flexível quando pressionada. Ao lidar com a imprensa ou com subordinados, ela tende a ser firme e um pouco arrogante. Com colegas, ela é honesta e direta. Ela tem a certeza de suas convicções e, uma vez que chega a uma decisão para agir, dificilmente será dissuadida mesmo pelos mais convincentes argumentos. Confiante e disciplinada, ela promete ser uma forte líder."O relatório termina fazendo um balanço da possibilidade de Thatcher um dia alçar o cargo de primeiro-ministro: "A probabilidade está contra ela, mas, após o seu impressionante 'coup d'Etat' do último mês, poucos diriam que ela não conseguiria".
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