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Uma captura de imagem da TV do Pentágono mostra o general dos fuzileiros navais Kenneth F. McKenzie Jr., comandante do Comando Central dos EUA, anunciando a conclusão da retirada dos EUA do Afeganistão em 30 de agosto de 2021.
Uma captura de imagem da TV do Pentágono mostra o general dos fuzileiros navais Kenneth F. McKenzie Jr., comandante do Comando Central dos EUA, anunciando a conclusão da retirada dos EUA do Afeganistão em 30 de agosto de 2021.| Foto: EPA/PENTAGON TV/EFE

Os Estados Unidos terminaram sua missão no Afeganistão nesta segunda-feira, após 20 anos de guerra, com a partida dos últimos aviões que carregavam suas tropas.

O encerramento dos trabalhos foi anunciado pelo chefe do Comando Central dos EUA (Centcom), Kenneth McKenzie, em entrevista coletiva concedida através de videoconferência.

"Estou aqui para anunciar a conclusão de nossa retirada do Afeganistão e o fim da missão de evacuação de cidadãos americanos, cidadãos de países terceiros e afegãos vulneráveis", anunciou McKenzie.

O chefe do Centcom afirmou que a última aeronave militar dos EUA, um C-17, decolou do Aeroporto Internacional Hamid Karzai de Cabul às 16h29 (de Brasília) desta segunda-feira levando o embaixador americano em exercício, Ross Wilson, entre outras pessoas. "Agora o último drone está limpando o espaço (aéreo) sobre o Afeganistão", disse.

McKenzie acrescentou que, embora a retirada militar esteja completa, a missão diplomática para garantir que mais americanos e "afegãos elegíveis" que queiram possam deixar o país da Ásia Central ainda continua.

"A retirada desta noite significa o fim do componente militar da retirada, mas também o fim da missão que começou quase 20 anos atrás no Afeganistão, pouco depois do 11 de setembro de 2001. Não foi uma missão barata. O custo foi de 2.461 soldados e civis americanos mortos e mais de 20 mil feridos", esclareceu o general, que lembrou que foi "uma missão que pôs fim a Osama bin Laden, junto com seus colaboradores da Al Qaeda".

O chefe do Centcom relatou que desde 14 de agosto, um dia antes de o Talibã tomar Cabul, mais de 79 mil civis foram retirados em voos militares americanos do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, incluindo 6 mil americanos. Juntamente com os voos da coalizão internacional, isso eleva o número total de civis buscados para mais de 123 mil.

Os números não incluem os mais de 5 mil soldados - 5,8 mil, de acordo com os números do Pentágono da semana passada - destacados nas últimas semanas para garantir a proteção do aeroporto durante as retiradas e que já foram retirados do país.

Apesar do fim da missão, McKenzie garantiu que os EUA sempre se reservarão o direito de atacar alvos de grupos terroristas da Al Qaeda ou do Estado Islâmico, se necessário.

Declaração de Biden

Nesta quarta-feira o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, lançou uma declaração para “agradecer nossos oficiais e os homens e as mulheres que serviram sob suas ordens pela sua execução da perigosa retirada do Afeganistão na data agendada sem nenhuma perda adicional de vidas americanas”.

Ele deve se dirigir ao povo dos Estados Unidos na tarde desta terça-feira (31), sobre a decisão de não estender a presença americana no Afeganistão além da data de 31 de agosto.

Biden adiantou entretanto que a decisão foi tomada baseada nas recomendações que obteve dos comandantes no terreno de batalha. Ele destacou também que nos últimos 17 dias foi feita "a maior evacuação aérea dos EUA", que retirou cerca de 120 mil pessoas do Afeganistão, entre cidadãos americanos, afegãos e de outros países

Além disso, ele espera que o Talibã cumpra com sua parte do acordo, em permitir a saída das pessoas que queiram deixar o país. O Secretário de Estado, Antony Blinken, vai liderar os esforços diplomáticos:

“Pedi ao Secretário de Estado para liderar a coordenação contínua com nossos parceiros internacionais para garantir uma passagem segura para todos os americanos, parceiros afegãos e estrangeiros que desejam deixar o Afeganistão.”

O presidente americano encerrou sua declaração lembrando os nomes dos 13 militares americanos que perderam suas vidas no atentado terrorista em Cabul, na semana passa.

Diplomacia terá sede no Catar

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, anunciou nesta segunda-feira que o governo americano vai transferir sua missão diplomática no Afeganistão para o Catar.

Em discurso na sede do Departamento de Estado dos EUA, ele delineou os principais pontos da política externa do país em relação ao Afeganistão, onde os talibãs recuperaram o poder.

Blinken indicou que uma nova equipe diplomática será criada para liderar esta missão a partir de Doha

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