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Os Estados Unidos se declararam profundamente decepcionados com o anúncio do governo de Israel sobre a aprovação da construção de 1.100 novas moradias em Jerusalém Oriental, informou o Departamento de Estado.

"Esta decisão é contraproducente em relação aos nossos esforços para retomar as negociações diretas entre as partes", afirmou a porta-voz Victoria Nuland.

"Há tempos pedimos às partes envolvidas que evitem os atos suscetíveis de enfraquecer a confiança, principalmente em Jerusalém", insistiu Nuland, que prometeu, no entanto, que os Estados Unidos não abandonarão suas tentativas de retomar o diálogo entre Israel e os palestinos.

"Passamos por isso há anos", disse a secretária de Estado, Hillary Clinton. "Temos que continuar trabalhando para convencer as partes a retomar as conversas diretas. Sem negociações diretas, nada mudará sobre o terreno (...). Cada grupo seguirá acreditando que a outra parte não tem a intenção de negociar".

Israel aprovou um plano de construção de 1.100 casas para colonos em Jerusalém Oriental, segundo o Ministério do Interior israelense, um anúncio que irritou o lado palestino.

O público tem 60 dias para apresentar possíveis objeções ao plano, que acaba de ser aprovado pelo comitê de urbanização do ministério, segundo um comunicado.

O comitê examinará as eventuais objeções antes de anunciar uma licitação para a construção das casas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deu a entender que não tem a intenção de congelar novamente a colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, a parte da cidade ocupada e anexada por Israel em 1967, para tentar reabrir as negociações com os palestinos. "É um pretexto que usam e voltam a usar, mas muitas pessoas consideram que é uma estratégia para evitar as negociações diretas", declarou ao Jerusalem Post, em referência à exigência dos palestinos de que Israel congele a colonização para retomar as conversações.

Imediatamente, o governo palestino criticou o anúncio por meio de seu principal negociador, Saeb Erakat, e disse que Israel ignora o Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, União Europeia, Rússia e ONU).

"Com isto, Israel responde 1.100 vezes 'não' ao comunicado do Quarteto, que propôs a israelenses e palestinos a retomada das negociações para obter um tratado de paz definitivo no fim de 2012", disse Erakat à AFP.

O secretário-geral adjunto para Assuntos Políticos da ONU, Lynn Pascoe, criticou fortemente ante o Conselho de Segurança a autorização.

"A decisão que tomou hoje o Comitê de Urbanização de avançar no planejamento de uma grande quantidade de moradias em Jerusalém Oriental é um assunto que nos preocupa", enfatizou o secretário-geral adjunto.

"Dissemos de forma repetida que a colonização é ilegal e contrária aos compromissos de Israel em relação ao Mapa do Caminho" (do Quarteto do Oriente Médio, EUA, UE, Rússia e ONU)", assinalou.

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