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Religião

EUA e França reforçam segurança ante ira dos muçulmanos

Publicação de uma sátira de Maomé em revista francesa aumentou os temores de manifestações de muçulmanos. Bomba explodiu dentro de mercearia judaica em subúrbio de Paris

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Estados Unidos e França reforçaram as medidas de segurança de seus interesses e representações no mundo ante o risco de que a violência desencadeada por um filme que ofende Maomé aumente ainda mais após a publicação, nesta quarta-feira (19), de charges do profeta em uma revista satírica francesa.

Mais de 30 pessoas morreram em ataques e manifestações violentas provocadas pela divulgação de trechos do filme amador "Inocência dos Muçulmanos", incluindo 12 em um atentado suicida executado na terça-feira (18) no Afeganistão por uma mulher.

O reforço das medidas de segurança se concentra na sexta-feira (21), dia de oração nos países muçulmanos e que pode provocar um aumento da mobilização contra o Ocidente.

Após uma semana de violência antiamericana no mundo árabe, o governo dos Estados Unidos adotou medidas excepcionais para proteger suas embaixadas no mundo, anunciou a secretária de Estado Hillary Clinton.

A chefe da diplomacia negou que Washington tenha recebido informações sobre os planos para o ataque ao consulado de Benghazi (Líbia) em 11 de setembro, que matou o embaixador do país.

A França também reforçou as medidas de segurança depois que a revista satírica "Charlie Hebdo" publicou na edição desta quarta-feira desenhos sobre a controvérsia gerada pelo filme "Inocência dos Muçulmanos", produção de baixo orçamento realizada nos Estados Unidos e que desatou a ira muçulmana.

O chanceler francês Laurent Fabius anunciou o aumento da segurança nas embaixadas francesas.

Em Paris, a polícia também reforçou a proteção ao edifício que abriga a redação da "Charlie Hebdo".

As charges da publicação apontam mais para os autores do filme e os islamitas do que para o Islã. Mas o profeta Maomé é representado nu em dois desenhos.

"Lenha na fogueira"

"Estamos em um país no qual a liberdade de expressão está garantida, a liberdade de caricaturar também", declarou o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault.

No entanto, ele afirmou que se as pessoas se sentirem ofendidas e considerarem que o direito foi ultrapassado, podem apelar aos tribunais.

No contexto atual, a publicação da Charlie Hebdo "joga lenha na fogueira", opinou Laurent Fabius.

Ao mesmo tempo, o governo francês negou a autorização para um protesto no sábado (22) em Paris contra o filme anti-Islã.

Na França, qualquer agressão aos muçulmanos é considerada sensível. O país tem a maior comunidade da Europa, com entre quatro e seis milhões de muçulmanos.

Vários países do Oriente Médio, África do Norte, Ásia e Europa foram cenários na última semana de atos de violência dirigidos contra Estados Unidos após a divulgação de trechos do filme.

Na terça-feira, o presidente americano Barack Obama pediu ao mundo muçulmano que trabalhe com os Estados Unidos para garantir a segurança de seus representantes no mundo.

"Embora este vídeo seja chocante - e nós o denunciamos evidentemente, o governo americano não tem nada a ver com ele - não é de nenhum modo uma desculpa para a violência", disse.

O embaixador dos Estados Unidos na Líbia e três funcionários americanos morreram no ataque ao consulado de Benghazi.

Após o início do movimento de protesto, Washington adotou no fim de semana passado medidas adicionais de segurança para suas embaixadas e consulados no Oriente Médio e África do Norte.

Em 2005, a publicação de charges de Maomé por um jornal dinamarquês provocou uma onda de protestos no mundo muçulmano.

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