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Polícia passou o sábado buscando informações sobre a tragédia | Don Emmert/AFP Photo
Polícia passou o sábado buscando informações sobre a tragédia| Foto: Don Emmert/AFP Photo

Choque

Cidade havia registrado apenas um homicídio na última década

Newtown, uma cidade de 27 mil habitantes, a apenas 130 quilômetros a nordeste de Nova York, lamentou as mortes em vigílias locais durante o sábado. A reputação de tranquilidade mantida pela comunidade, que havia registrado apenas um homicídio na última década, deixou seus moradores ainda mais perplexos diante da tragédia. "Estamos apenas rezando, precisamos apenas rezar a Deus para que isso não aconteça novamente, não importa onde", afirmou Amelia Adams, de 76 anos, que estava a caminho da igreja católica St. Rose de Lima com seu marido Kenneth, 81.

A igreja, que fica próxima do local do massacre, estava lotada e muitas pessoas estavam do lado de fora – uma multidão calculada em mais de mil pessoas. "Foi apenas brutal. Não consigo pensar em um mundo melhor. Foi simplesmente brutal ter de testemunhar a dor hoje", afirmou o monsenhor Robert Weiss após a cerimônia religiosa.

Moradores da pequena comunidade de Newtown, em Connecticut, passaram o dia de ontem tentando se reerguer depois de um dos piores massacres coletivos da história dos Estados Unidos. A polícia procura respostas sobre o que fez um garoto de 20 anos matar 20 crianças em uma escola primária.

O agressor, identificado como Adam Lanza, matou sua mãe, Nancy Lanza, e, logo depois, dirigiu até a escola primária Sandy Hooks, onde ela trabalharia – e onde ele havia estudado há muitos anos – e disparou diversos tiros no local, matando 20 crianças e seis funcionários.

Pessoas próximas à fa­­mí­­lia Lanza descrevem Adam, 20, como um garoto ex­­ces­­si­vamente tímido e inteligente, que, contudo, não parecia uma pessoa agressiva.

Segundo investigação das autoridades, Adam Lanza sofria de transtorno social e tomava medicação.

Descrito como um bom aluno, graduou-se no ensino médio em 2010, e era visto entre seus colegas como um garoto solitário e quieto, que costumava andar com as mãos nos bolsos e parecia se sentir extremamente desconfortável em público. Sua fotografia não aparece no tradicional anuário que graduandos recebem no ensino básico nos EUA. Acima do seu nome, consta um espaço vazio onde se lê "ca­mera shy" (tímido em frente às câmeras).

De acordo com o jornal inglês Daily Mail, a única atividade social em que ele se engajava ultimamente era uma comunidade de jogos on-line que mantinha com amigos, na qual se conectavam em suas residências.

Uma mulher que vivia na mesma rua que a família Lanza afirma, segundo o Washington Post, que Adam não havia se envolvido em nenhum incidente do qual ela se lembrasse, mas que "era socialmente deslocado. Nunca te olhava nos olhos".

Divórcio

Tanto Adam quanto seu irmão mais velho, Ryan, 24 – que foi tido inicialmente como assassino, pela mídia, devido a uma identificação na roupa que o atirador usava – ficaram abalados com a separação dos pais, formalizada em 2009, segundo relatos de conhecidos a jornais norte-americanos.

O pai, Peter Lanza, um exe­­cutivo da General Electric, se mudou da grande casa onde a família morava, cujo valor é estimado em mais de US$ 500 mil, para a cidade de Stamford, também em Connecticut, onde se casou em janeiro de 2011 com uma bibliotecária.

Ryan havia saído de casa em 2006, para fa­­zer a fa­culdade. Após se formar, se mudou para Hoboken, Nova Jersey, trabalhando na vizinha Nova York.

Adam e sua mãe, Nan­­cy, dividiam a casa, a cerca de 7 quilômetros da escola onde ocorreu o mas­­sacre, desde então. Nancy colecionava armas, todas legalmente adquiridas, segundo testemunhas ouvidas pela mídia dos EUA. Foi deste arsenal que Adam teria pegado duas pistolas e um rifle – este último, encontrado no carro, na cena do crime. O atirador teria usado apenas as duas pistolas no ataque.

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