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Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França informaram nesta quarta-feira (11) que fecharão suas embaixadas no Iêmen depois de rebeldes xiitas terem tomado o poder no país.

O fechamento das embaixadas foi anunciado num momento em que rebeldes houthis, armados com rifles de assalto Kalashnikov e vestindo uniformes policiais e roupas civis, patrulhavam as principais avenidas da capital, Sanaa, alguns em picapes com armamento antiaéreo.

Protestos difusos podiam ser vistos na cidade, com manifestantes criticando os houtis por terem tomado o poder e dissolvido o Parlamento. Lojas fecharam mais cedo e helicópteros sobrevoavam a cidade.

Os houthis atacaram um desses protestos, esfaqueando e espancando manifestantes que tentavam chegar ao escritório local da Organização das Nações Unidas, informaram testemunhas. Os rebeldes detiveram várias pessoas, disseram as fontes.

Na cidade de Bayda, região central do país, também controlada pelos houthis, os rebeldes dispersaram outro protesto, ferindo um coordenador do movimento contrário ao grupo, afirmaram testemunhas. Em Taiz, a cidade mais populosa do Iêmen, mas que não foi tomada pelos houthis, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o grupo.

Na manhã desta quarta-feira, o ministro britânico para o Oriente Médio, Tobias Ellwood, pediu aos cidadãos do Reino Unido que ainda estiverem no Iêmen que "saiam imediatamente", enquanto a embaixada retirava seus funcionários do país. A medida foi anunciada depois de o Departamento de Estado norte-americano confirmar o fechamento da embaixada dos Estados Unidos em Sanaa e a retirada de seu pessoal. A embaixada francesa vai fechar na sexta-feira (13).

"A situação de segurança no Iêmen continua a se deteriorar nos últimos dias", declarou Ellwood. "Infelizmente, julgamos que os funcionários e as instalações de nossa embaixada estão em risco crescente."

As missões diplomáticas de muitos países do Golfo Pérsico que se opõem aos houthis já retiraram seus funcionários do país. O Iêmen está em crise há meses, desde que os rebeldes xiitas iniciaram sua ofensiva, em setembro.

Autoridades norte-americanas disseram que o fechamento da embaixada no país não afetará as operações de contraterrorismo contra o ramo iemenita da Al-Qaeda, que é considerada pelos Estados Unidos o braço mais perigoso do grupo terrorista.

A Organização das Nações Unidas (ONU) tenta intermediar conversações entre os houthis e outros grupos, desde que os rebeldes dissolveram o Parlamento, após sitiar o presidente do país, que posteriormente renunciou enquanto militantes armados cercavam sua casa.

Na terça-feira, Abdel-Malek al-Houthi, líder dos rebeldes xiitas, advertiu seus inimigos a não ficar no caminho de seu movimento e criticou governos estrangeiros por retirar seus diplomatas do país. "Não aceitaremos pressões. Elas não têm utilidade", disse al-Houthi em discurso divulgado pela rede de TV dos rebeldes, a al-Masseria. "Quem quer que prejudique os interesses deste país verá que seus interesses neste país também serão prejudicados."

Al-Houthi fez uma série de ameaças semelhantes, mas seus comentários foram vagos. Ele também não seu deu explicações sobre que ação retaliatória específica tem em mente contra esses países. Tradicionalmente, os houthis ficam no norte do país, na fronteira com a Arábia Saudita. Muitos ligam o grupo ao Irã, país de maioria xiita, embora os rebeldes neguem que recebam ajuda da República Islâmica.

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