Brasil suspende acordo para isenção de vistos
O Itamaraty decidiu suspender "temporariamente" a isenção de vistos para entrada de hondurenhos no Brasil. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a decisão do governo brasileiro foi tomada em função da "atual situação interna de Honduras, decorrente do golpe de Estado ocorrido em 28 de junho de 2009". "A partir do dia 5 de setembro, todo portador de passaporte hondurenho precisará de visto para ingressar no Brasil", ressalta a nota do Itamaraty.
A medida não afetará a situação dos portadores de passaportes hondurenhos que já se encontram no Brasil.
A nota esclarece que a decisão brasileira baseia-se nas resoluções da ONU e da Organização dos Estados Americanos (OEA) de não reconhecer o governo instalado naquele país depois do golpe.
Agência Estado
Washington - Os Estados Unidos não reconhecerão o resultado da eleição presidencial em Honduras marcada para novembro se a atual situação se mantiver. Além disso, o governo do presidente Barack Obama cortou todo o auxílio que não seja humanitário ao país, tornando permanente a suspensão temporária de ajuda imposta pelos EUA após o golpe militar que tirou Manuel Zelaya da presidência do país.
O Departamento de Estado fez o anúncio enquanto a secretária de Estado, Hillary Rodham Clinton, reunia-se com Zelaya. O porta-voz Ian Kelly não falou sobre os valores que seriam cortados, mas funcionários do governo haviam afirmado anteriormente que ele chegaria a mais de US$ 200 milhões. Kelly disse que o corte afetaria "uma ampla gama de assistência ao governo de Honduras".
"A secretária de Estado tomou a decisão, de acordo com a legislação dos EUA, reconhecendo a necessidade de fortes medidas em razão da contínua resistência da adoção do Acordo de San José pelo governo interino e do fracasso na restauração de um governo democrático e constitucional em Honduras", disse Kelly em comunicado.
O Acordo de San Jose, apresentado pelo presidente da Costa Rica, Óscar Arias, propõe o retorno de Zelaya ao poder com autoridade limitada até as eleições presidenciais marcadas para novembro. Mas o presidente interino, Roberto Micheletti, recusa-se a aceitar o acordo.
Ao tomar a decisão, porém, Hillary não determinou se a deposição de Zelaya corresponde à definição legal norte-americana de um golpe militar.
Zelaya foi deposto e levado ao exílio em 28 de junho.
Em Tegucigalpa, Micheletti classificou como "pouco amistosa" a decisão dos EUA. "Lamentamos que um governo amigo tome a decisão de ir para o lado de Chávez", disse Rafael Ponce, assessor da Presidência.
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