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Meninas afegãs trabalhando em seu protótipo | Divulgação
Meninas afegãs trabalhando em seu protótipo| Foto: Divulgação

Quando uma equipe de robótica composta somente por meninas do oeste do Afeganistão descobriu que iria participar do Primeiro Desafio Global inaugural - uma competição internacional que será realizada no Distrito de Columbia neste mês - elas viajaram mais de 800 km para visitar a embaixada dos Estados Unidos, em Kabul.  As seis adolescentes se arriscaram nessa árdua viagem não uma, mas duas vezes, na esperança de garantir vistos de negócios para entrar nos Estados Unidos. Seus esforços acabaram em lágrimas quando todos os pedidos de visto foram negados. Agora, elas vão assistir de longe enquanto seu robô compete sozinho.

Esse é um fim desanimador para o que poderia ter sido uma história inspiradora. A equipe enfrentou longas batalhas, principalmente porque eram meninas lutando por uma educação baseada na tecnologia no Afeganistão. De acordo com uma recente pesquisa de especialistas da Fundação Thomson Reuters, 55% das meninas em idade escolar não vão à aula. O país é considerado o mais perigoso do mundo para as mulheres. As garotas são ameaçadas com granadas e ataques com ácido por frequentarem a escola. As áreas de ciência e engenharia são especialmente dominadas pelos homens, tornando as conquistas da equipe ainda mais impressionantes.

As afegãs também enfrentaram desafios únicos ao tentar montar seu robô. Enquanto outras equipes receberam seus materiais em março, a caixa enviada para o Afeganistão foi segurada em meio a preocupações com o terrorismo. No entanto, as meninas permaneceram firmes, e sem medo. Assim, começaram a construir protótipos com suprimentos domésticos. Uma das meninas da equipe disse à Forbes que elas só queriam uma chance de provar que eram boas para o mundo. Foi muito triste .o governo dos EUA impedi-las de fazer isso pessoalmente.

Essas meninas propagam os valores que os Estados Unidos têm defendido em todo o mundo e procuraram, a um custo muito baixo, cultivar essa cultura no Afeganistão. A história das jovens é um exemplo de inovação, de empreendedorismo, de igualdade e de qualidade. Dado o fato que o governo dos EUA também investiu substancialmente na educação das meninas e no empoderamento das mulheres no país, a negação do visto é inexplicável. (E, de fato, o governo americano não deu nenhuma explicação). Embora poucos pedidos de viagens de negócios sejam concedidos aos afegãos a cada mês, é difícil entender por que o Departamento de Estado não faria uma exceção para essas meninas corajosas e tudo o que representam .

Na inscrição de seu objetivo para participar da competição, as meninas escreveram: "Queremos fazer a diferença, os avanços na ciência, tecnologia, e outras indústrias normalmente começam com o sonho de uma criança em fazer algo excelente. Queremos ser essas crianças e perseguir nossos sonhos para fazer a diferença na vida das pessoas". Só podemos esperar que seus sonhos e os sonhos de outros estudantes afegãos não sejam extintos pela desconcertante decisão do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Traduzido por: Guilherme Dias
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