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Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, foi quem fez conversas que culminaram com o apoio de diversos países aos Estados Unidos | REUTERS/Brendan Smialowski
Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, foi quem fez conversas que culminaram com o apoio de diversos países aos Estados Unidos| Foto: REUTERS/Brendan Smialowski

Os Estados Unidos obtiveram nesta quinta-feira (11) a adesão de países árabes para uma "campanha militar coordenada" contra os combatentes do Estado Islâmico, um grande avanço na conquista de apoio regional que ajuda o plano do presidente Barack Obama de atuar dos dois lados da fronteira entre Síria e Iraque.

Depois de conversas em Jidá, segunda maior cidade da Arábia Saudita, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, conquistou o endosso de dez países árabes – Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e seis Estados do Golfo Pérsico, incluindo os ricos rivais Arábia Saudita e Catar – para uma coalizão para enfrentar os militantes sunitas, que assumiram o controle de vastas porções de território iraquiano e sírio.

A Turquia, potência regional não-árabe, também participou das conversas. Mas dois poderosos países da região, o xiita Irã e a própria Síria, foram excluídos, um sinal da dificuldade de se formar uma coalizão que supere as divisões sectárias do Oriente Médio.

No comunicado conjunto, as nações árabes concordaram em fazer mais para deter o fluxo de fundos e combatentes para o Estado Islâmico e ajudar a reerguer as comunidades "brutalizadas" pelo grupo radical.

"Os Estados participantes concordaram em fazer a sua parte na luta abrangente contra o Estado Islâmico, inclusive… como é apropriado, unindo-se nos muitos aspectos de uma campanha militar coordenada contra o Estado Islâmico", declararam.

Kerry afirmou que os países árabes irão desempenhar um papel crucial na coalizão, embora tenha acrescentado que nenhum país da aliança esteja cogitando o envio de tropas terrestres.

Ele se reuniu com líderes árabes para angariar apoio um dia depois de Obama anunciar seus planos de atacar os militantes no Iraque e na Síria. Autoridades dos EUA disseram que Kerry também buscou permissão para ampliar o uso das bases na região e sobrevoar seu espaço aéreo, temas que não foram mencionados no comunicado.

Divisões regionais

Os sauditas, que apoiam outros grupos sunitas armados na Síria mas consideram o Estado Islâmico uma facção terrorista, ainda prometeram auxiliar a campanha de Obama oferecendo campos de treinamento para combatentes sunitas sírios moderados.

Mas o Irã, principal potência xiita do Oriente Médio e apoiador do presidente sírio, Bashar al-Assad, disse ter sérias reservas à nova coalizão encabeçada pelos EUA, e duvidou que esta enfrente "as causas de fundo do terrorismo", que atribui explicitamente a países árabes sunitas como a Arábia Saudita.

A Casa Branca declarou que o Estado Islâmico também é uma ameaça ao Ocidente, já que atrai combatentes de todo o mundo que poderiam voltar a seus países de origem e cometer atentados.

Uma aliança contra o grupo radical irá implicar na cooperação entre países que se consideram inimigos. Washington apoia o governo xiita iraquiano recém-empossado, mas se opõe a Assad na Síria, e é aliado da maioria das nações árabes sunitas, mas hostil ao Irã.

Kerry ainda irá exortar canais de televisão regionais, especialmente a Al Jazeera, do Catar, e a saudita Al Arabiya, a veicular mensagens anti-extremismo, e os governos regionais a pressionar as mesquitas a pregar contra o Estado Islâmico.

A perspectiva de uma ação armada norte-americana na Síria também despertou preocupação da Rússia, que vem apoiando Assad. Em Moscou, o Ministério das Relações Exteriores declarou que ataques aéreos na Síria sem um mandato do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) seriam um ato de agressão.

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