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Na Ucrânia, ativistas exibem cartazes criticando a ex-premiê Yulia Tymoschenko e o presidente russo Vladimir Putin | Kai Pfaffenbach/Reuters
Na Ucrânia, ativistas exibem cartazes criticando a ex-premiê Yulia Tymoschenko e o presidente russo Vladimir Putin| Foto: Kai Pfaffenbach/Reuters

Diplomacia

Chanceler minimiza sanções do Ocidente tpor ações na Crimeia

Folhapress

As sanções do Ocidente à Rússia geraram algum transtorno, mas não têm trazido danos consideráveis para o país, disse ontem o ministro Sergei Lavrov, antes do encontro que teria mais tarde com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em Paris.

Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram duas rodadas de sanções à Rússia, que incluíram proibições de viagem e congelamento de bens a pessoas próximas do presidente russo, Vladimir Putin. O objetivo das medidas foi punir Moscou pelo que os países ocidentais classificam como tomada ilegal da Crimeia.

"Eu não quero dizer que as sanções são ridículas e que a gente não se importa. Essas medidas não são coisas prazerosas", afirmou Lavrov à imprensa russa. "Mas não há uma sensação de dor. Já vivemos épocas mais difíceis", minimizou.

Lavrov declarou que o Ocidente colocou restrições não oficiais em prática, como orientar diplomatas em Moscou a boicotarem reuniões com autoridades russas. Ele disse que os representantes russos nas capitais da União Europeia também não estão sendo recebidos por autoridades diplomáticas.

  • John Kerry e Sergei Lavrov durante encontro em Paris

Após quatro horas de reunião, Estados Unidos e Rússia anunciaram ontem que vão negociar com a Ucrânia os próximos passos para tentar acabar com a crise envolvendo a região. O encontro de ontem em Paris entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, não foi suficiente para definir uma solução imediata, mas sinalizou a disposição de Moscou em sentar à mesa com o novo governo de Kiev.

Após a reunião, Kerry disse que EUA e Rússia querem uma solução diplomática, mas, segundo ele, nenhuma decisão será tomada sem a manifestação do governo ucraniano, aliado dos Estados Unidos e da União Europeia. "Nós temos ideias, propostas, mas nosso princípio é claro: não haverá decisão sobre a Ucrânia sem a Ucrânia", afirmou o americano.

O ministro Sergei Lavrov deixou clara a condição de Moscou: federalizar a Ucrânia, o que daria mais autonomia para as regiões do país com forte presença de população de origem russa, como ocorre na península da Crimeia, pivô da atual crise. "Não vemos outra maneira para garantir o estável desenvolvimento da Ucrânia", disse.

Sobre a reunião com John Kerry, Lavrov afirmou, segundo agências de notícias da Rússia, que os dois lados "concordaram em trabalhar com o governo e o povo ucraniano em busca do progresso nos direitos das minorias".

Ou seja, é esta a proposta que deve ser levada à Ucrânia pelos EUA a partir de agora: algum tipo de caminho para uma reforma constitucional que apazigue os ânimos. A conversa entre os representantes de EUA e Rússia foi marcada às pressas no último final de semana, após negociação por telefone, na sexta-feira, entre os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin.

Apoio

Milhares de pessoas se manifestaram ontem a favor do federalismo nas principais cidades do leste da Ucrânia, apoiando dessa forma a proposta russa de promulgar uma Constituição que amplie os poderes das regiões do país. Em Kharkiv, a cidade mais importante do leste do país; em Donetsk, capital da bacia carbonífera ucraniana, e em Odessa, principal porto do Mar Negro, ocorreram comícios nos quais os participantes pediram a realização de referendos de autonomia.

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