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Havana – O governo dos EUA propôs a realização de um referendo em Cuba para que os cidadãos possam decidir se querem realmente ser governados por Raúl Castro, disse ontem o secretário norte-americano de Comércio, Carlos Gutiérrez. "Deixem o povo cubano trabalhar com seus irmãos na região, com a Organização dos Estados Americanos (OEA) e outros em um referendo democrático", disse Gutiérrez. "Não vamos tratar com Raúl que não passa de outro ditador militar. Por que não perguntar aos cubanos se eles realmente o querem? Deixem o povo cubano determinar seu próprio destino", acrescentou.

Contra

O congressista cubano-americano pela Flórida, Lincoln Díaz Balart, uma das principais vozes do exílio, opôs-se à idéia de validar o novo governante por qualquer meio, e disse que a proposta é "infeliz e inapropriada". "É bem sabido, por exemplo, que (o presidente venezuelano) Hugo Chávez, realizou um referendo fraudulento em agosto de 2004 que foi ‘validado’ pela OEA", disse, justificando sua oposição à sugestão do governo norte-americano.

Segundo Gutiérrez, o referendo poderia seguir o modelo do referendo chileno de 1988, no qual os eleitores tiveram de votar contra ou a favor da permanência do ditador Augusto Pinochet no poder.

Interino

Raúl está interinamente no poder desde julho, quando Fidel Castro passou por uma cirurgia no intestino. Ontem Raúl abriu oficialmente a 14ª Cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados (Noal), encontro idealizado para recuperar o prestígio internacional de Cuba entre os países em desenvolvimento.

Apesar da ausência de Fidel, anfitrião da 6.ª Cúpula do Movimento, realizada em Havana em 1979, sua imagem esteve presente no Palácio de Convenções da capital. Todos os oradores tiveram palavras de solidariedade para o líder cubano.

O líder da Venezuela, Hugo Chávez, amigo pessoal do presidente cubano e seu principal aliado, deu início a seu discurso na cúpula com palavras para Fidel. "Nesta Cúpula histórica, saúdo Fidel Castro e peço um aplauso. Saudações ao presidente e amigo Raúl", disse Chávez, que visitou Fidel na quinta-feira, logo após a chegada a Havana.

Também na quinta-feira à noite o presidente convalescente esteve por quase uma hora com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, para conversar sobre as perspectivas da Cúpula e o conflito do Oriente Médio. Ontem, ao abrir seu discurso, Annan fez questão de dizer que a saúde de Fidel "é muito boa".

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