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Os Estados Unidos renovaram nesta quarta-feira (17) o seu apelo para que a Líbia investigue as circunstâncias da morte do ditador Muamar Kadhafi, depois de uma nova investigação da organização Human Rights Watch. No momento em que se aproxima o primeiro aniversário da morte de Kadhafi, a organização de defesa dos direitos humanos indicou que havia descoberto uma nova evidência que envolve milícias em execuções sumárias e que coloca em dúvida as explicações apresentadas pela Líbia sobre como Kadhafi e um de seus filhos morreram.

O relatório de 50 páginas, intitulado "Morte de um ditador: Vingança Sangrenta em Sirte", indica que milícias com base em Misrata capturaram e desarmaram cerca de 66 membros da escolta de Kadhafi em sua cidade natal de Sirte, em outubro passado.

"Depois executaram pelo menos 66 membros da escolta capturados no Hotel Mahari", indica o informe. "Os resultados da nossa investigação levantam questões sobre as afirmações das autoridades de que Muamar Kadhafi morreu em um tiroteio e não após sua captura", destaca Peter Bouckaert, diretor de emergências da HRW.

Para documentar o que ocorreu no dia 20 de outubro de 2011, a HRW indicou que havia entrevistado oficiais das milícias da oposição que estiveram na cena do crime e sobreviventes da escolta de Kadhafi no hospital, em custódia ou em suas casas.

"Pedimos que o governo da Líbia investigue genuinamente todas estas denúncias e julgue os autores de forma compatível com as obrigações internacionais da Líbia", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

Washington também pediu que o governo líbio investigue a morte de Kadhafi, já que "é muito importante que os responsáveis prestem contas". "Isto é parte não só do amadurecimento judicial da Líbia, como também do terreno que devem arar pela reconciliação nacional", acrescentou.

Nuland disse também que os Estados Unidos estão tentando "reforçar as bases" do Poder Judiciário líbio, ajudando a treinar juízes e advogados. "Não é um segredo que esta é uma democracia frágil e muito nova", explicou Nuland.

"Estavam atuando com uma estrutura de governo transitória por um tempo muito longo, e precisamos agora apoiá-los à medida que derem os passos seguintes em todos estes temas", acrescentou.

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