Os Estados Unidos ordenaram nesta quinta-feira a saída do embaixador equatoriano no país, Luis Gallegos, e cancelaram uma rodada de negociações, como retaliação pela expulsão de sua embaixadora em Quito devido a despachos diplomáticos norte-americanos citando corrupção na polícia do Equador.
Apesar de dizer que os EUA querem um relacionamento positivo com o Equador, país membro da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), o Departamento de Estado afirmou que a expulsão "injustificada" da embaixadora Heather Hodges seria levada em conta nas relações futuras.
O Equador disse que a decisão dos EUA já era esperada e indicou que não adotará nenhuma medida para ampliar a disputa.
O país andino exigiu na terça-feira que Heather deixasse o Equador, como resultado da revelação pelo site WikiLeaks de comunicações diplomáticos alegando corrupção policial.
O governo equatoriano vem dizendo que os despachos assinados pelo gabinete de Heather sugerem que altos comandantes da polícia local estavam a par de práticas corruptas na corporação e que uma autoridade da embaixada dos EUA acreditava que o presidente Rafael Correa também sabia disso.
O Equador é o terceiro país latino-americano cujo governo de esquerda expulsou nos últimos anos um representante dos EUA. Em 2008 a Bolívia alegou que o embaixador incitara violentos protestos e o mandou embora. Um dia depois, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez o mesmo, dizendo ser um ato de solidariedade à Bolívia.
"A ação injustificada do governo equatoriano de declarar a embaixadora Hodges persona non grata não nos deixou outra opção a não ser esta ação de reciprocidade", disse o porta-voz do Departamento de Estado Charles Luoma-Overstreet.



