EUA tentam encerrar discussão com China antes de debate nuclear

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Os negociadores da questão nuclear que estão reunidos em Pequim manterão o foco na implementação do acordo de desarmamento com a Coréia do Norte, disse nesta sexta-feira o representante dos Estados Unidos, tentando acabar com a discussão com a China sobre um pequeno banco de Macau.

A China criticou a decisão de Washington de proibir bancos norte-americanos de fazerem negócios com o Banco Delta Asia (BDA), que o Tesouro dos EUA acusa de manter arrecadações ilegais da Coréia do Norte.

A controladora do banco negou nesta sexta-feira que a instituição tenha lavado dinheiro ilícito da Coréia do Norte conscientemente, mantendo a esperança de que a proibição dos EUA seja cancelada.

O porta-voz do Ministério do Exterior da China, Qin Gang, disse na quinta-feira lamentar ``profundamente'' a decisão dos EUA e sugeriu que ela pode desestabilizar o sistema financeiro de Macau e prejudicar o reinício, na segunda-feira, das negociações sobre a implementação do acordo de desarmamento da Coréia do Norte, em troca de ajuda em energia e garantias de segurança.

Mas o negociador norte-americano, Christopher Hill, reiterou nesta sexta-feira que a decisão sobre o banco não atrapalhará as negociações que reúnem as duas Coréias, a China, os Estados Unidos, a Rússia e o Japão.

``Francamente, acho que isso foi resolvido'', disse Hill a repórteres sobre a questão do banco. ``Tenho certeza de que isso não representará nenhum obstáculo para o processo entre as seis partes.''

Hill disse que os negociadores se concentrarão nos próximos dias no processo para tentar implementar o acordo de fevereiro antes do final do prazo de 60 dias.

Mas uma autoridade do Departamento do Tesouro dos EUA viajará a Macau neste fim de semana para explicar a decisão, que também provocou protestos das autoridades de Macau. Hill disse que Daniel Glaser, autoridade do Tesouro, deverá ir também a Pequim.

Stanley Au, presidente da Delta Asia Financial, empresa de 72 anos controladora do BDA, disse esperar que o encontro com Glaser ajude a acabar com a proibição dos EUA. Au disse que o banco não fez nada de errado.

``Jamais aceitamos de maneira consciente transações ilegais dos nossos clientes'', disse Au em coletiva de imprensa em Macau. ``Encerramos todas as contas norte-coreanas depois que o Tesouro dos EUA impôs uma nota de preocupações sobre lavagem de dinheiro.''

Hill disse que os EUA vão reconsiderar a proibição se o BDA tiver novos donos. Mas Au rejeitou a idéia de vender o banco familiar, fundado como Banco Hang Sang pelo seu pai em 1935.

``Não tenho intenção de abrir mão'', disse Au.