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Os EUA realizaram um teste de lançamento de um míssil de alcance intermediário duas semanas depois que se retiraram do INF, pacto de controle de armas firmado com a Rússia na época da Guerra Fria. O Departamento de Defesa divulgou o vídeo do teste.

O míssil convencional, que foi disparado de um lançador de solo móvel e voou mais de 500 quilômetros antes de acertar o alvo, foi lançado na costa da Califórnia na tarde de domingo (18).

"Os dados coletados e as lições aprendidas com este teste informarão o desenvolvimento do Departamento de Defesa de futuras capacidades de alcance intermediário", diz o comunicado do Pentágono.

Reação da Rússia

Para a Rússia, o teste da arma americana indica que EUA tinham uma estratégia pré-planejada para destruir o INF. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, o presidente russo Vladimir Putin comentou que "estes testes só provam que desde o início os americanos estavam determinados a acabar com o Tratado INF e estavam se preparando para isso". Peskov disse ainda que meses não são suficientes para as preparações de um teste como esse.

O vice-chanceler da Rússia, Sergei Ryabkov, disse nesta terça-feira (20) que apesar de os Estados Unidos terem "fomentado as tensões militares", a Rússia não vai se deixar envolver em uma corrida armamentista - apesar da análise de observadores internacionais apontar o contrário. "Sublinhamos que encaramos calmamente o que aconteceu, sem emoções. Nós prevíamos que os eventos evoluiriam nesta direção [...], mas não permitiremos que nos envolvam na corrida armamentista", declarou, segundo a agência de notícias Tass.

Contudo, para o diretor executivo da Associação de Controle de Armas, Daryl Kimball, o lançamento do míssil de alcance intermediário "é um sinal muito claro de que os Estados Unidos e a Rússia estão à beira de uma nova corrida de mísseis". Segundo ele, a Rússia também tende a começar a testar mísseis do tipo, criando uma corrida "míssil por míssil". Ele observou ainda que, embora a arma testada pelos EUA seja convencional, ela poderia estar carregada com ogivas nucleares.

Além de alegar o descumprimento do INF por parte da Rússia, o Pentágono vê a saída dos EUA do tratado como uma chance de responder ao desenvolvimento de um arsenal de mísseis de alcance intermediário, em especial da China.

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