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Energia

Europa ataca nacionalização boliviana

Comissão Europeia cobra compensação “rápida” para empresa espanhola nacionalizada por Evo Morales

Faixa com o anúncio de nacionalização da Transportadora de Eletricidade é colocada em frente da sede da empresa espanhola, em La Paz | Danilo Balderrama/Reuters
Faixa com o anúncio de nacionalização da Transportadora de Eletricidade é colocada em frente da sede da empresa espanhola, em La Paz (Foto: Danilo Balderrama/Reuters)

A Comissão Europeia con­­­­si­­derou ontem que a­­ de­­ci­­são do governo da Bo­­lí­­via de­­ expropriar a em­­pre­­­­sa­­ Trans­­portadora de Elec­­­­tri­­cidad (TDE), de capital­­ espa­­nhol, emite "sinal nega­­ti­­vo"­­ aos investidores e co­­brou­­ uma compensação "rá­­pi­­da e adequada" para a­­ companhia.

A nacionalização da subsidiária da Red de Eletricidad de España (REE), anunciada na terça-feira, entrou na lista dos fatores que ajudaram a derrubar Bolsa de Madri: recuo de 2,55% ontem, levando o índice ao nível mais baixo desde 2009.

As ações da REE tiveram­­ queda de 2,23%, depois de dois dias de alta. As da Rep­­sol, que teve 51% das ações expropriadas na maior petroleira argentina, a YPF, há 15 dias, caíram 4,84%.

À diferença das fortes rea­­ções no caso da petroleira YPF, as exigências da Comissão Europeia foram as declarações mais contundentes sobre a decisão de Evo Morales.

Morales

Se a Espanha passa por mau momento, o governo Morales tampouco vive seu auge, acossado por protestos em sua própria base desde o ano passado, quando sua popularidade chegou o nível mais baixo desde 2006, 32%.

De lá para cá, a economia melhorou, houve redução da inflação de 2011, e Morales viu sua aprovação subir um pouco, para 38,8% em abril.

Mas nem isso nem o anún­­cio da expropriação anteontem tiveram qualquer efeito sobre conflitos específicos, como o dos médicos ou dos indígenas amazônicos.

Ontem, os médicos em greve há um mês contra o aumento da jornada laboral de 6 horas para 8 ho­­ras­­­­ resolveram radicalizar.­­ Integrantes da categoria blo­­quearam estradas e aveni­­das em Cochabamba e San­­ta Cruz.

A principal central sindical rejeitou o aumento de 8% para educação e saúde e o novo salário mínimo, de 1.000 bolivianos (US$ 143), anunciado por Morales.

A nacionalização tampouco amainou o mau humor da ala mais esquerdista, parte já rompida com Mo­­rales, que acusa o governo de fazer nacionalizações de fachada.

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