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Bruxelas – O Parlamento Europeu aprovou ontem um relatório no qual acusa o Reino Unido, a Alemanha, a Itália e outros países europeus de serem cúmplices dos vôos secretos da CIA (inteligência americana) que fariam o transporte de suspeitos de terrorismo.

No relatório, o comitê do Parlamento para as atividades da CIA na Europa afirma que mais de 1.200 vôos da agência americana utilizaram o espaço aéreo europeu entre 2001 e 2005.

O documento acusa vários países europeus de fazer "vistas grossas" para os vôos, dos quais grande parte era usada para transportar ilegalmente suspeitos de ações terroristas.

A inteligência americana também pode ter mantido prisões secretas para suspeitos de terrorismo em bases militares nos EUA e na região da Europa, de acordo com o relatório.

Vários países foram criticados pela "falta de cooperação", e o comitê acusou o Reino Unido, a Áustria, a Itália, a Polônia e Portugal de adotarem uma atitude "obstrutiva".

A resolução afirma que o Parlamento Europeu "condena com veemência as prisões ilegais como instrumento dos EUA em sua luta contra o terrorismo. O documento também condena a "aceitação e o consentimento de tal prática", em várias ocasiões, "pelos serviços secretos e pelos governos de vários países da Europa".

O Parlamento Europeu não possui poderes legais sobre o assunto, e pode fazer apenas recomendações. Membros da esquerda condenaram a "guerra suja" lançada pelos EUA com a aquiescência de países da Europa, enquanto conservadores dizem que a investigação foi motivada pelo "antiamericanismo".

"O relatório constitui uma análise rigorosa dos cinco anos de excessos e abusos tolerados em nome do combate ao terrorismo", afirmou Claudio Fava, autor do documento. "Muitos governos europeus preferiram simplesmente ignorar o problema". No entanto, muitos membros conservadores do Parlamento acusam o documento de apresentar "poucas provas".

O relatório indica que os vôos ilegais transportavam os suspeitos para serem submetidos a interrogatórios em países onde não possuíam nenhum direito sob a lei americana.

A Anistia Internacional (AI) e outros grupos de Direitos Humanos criticam o governo dos EUA devido a tais acusações. O governo de Bush admite as transferências secretas de supostos terroristas, mas nega que eles tenham sido submetidos a maus-tratos ou torturas.

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