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Passageiros aguardam nos corredores da instação aeroportuária em Barcelona para embarcar nos voos | Albert Gea / Reuters
Passageiros aguardam nos corredores da instação aeroportuária em Barcelona para embarcar nos voos| Foto: Albert Gea / Reuters

Autoridades europeias disseram que esperam que metade dos voos entrem em operação em todo o continente nesta segunda-feira (19), enquanto tentavam aliviar uma paralisação de quatro dias no tráfego aéreo, causada pela dispersão de uma nuvem de cinzas lançada por um vulcão islandês.

O fechamento da maior parte do espaço aéreo europeu - só a margem oriental e a meridional ficaram abertas - custou às companhias aéreas centenas de milhões de dólares. E elas pediram neste domingo que houvesse uma revisão nas restrições. O fechamento também impediu a viagem de centenas de milhares de passageiros e prejudicou os exportadores.

A companhia aérea KLM, que fez um voo-teste no sábado, disse que a maior parte do espaço aéreo europeu estava seguro, apesar do aumento da nuvem de fumaça, e liberou dois aviões comerciais de carga para a Ásia, na noite de domingo.

O comissário de transportes da União Europeia, Siim Kallas, disse que espera que 50 por cento do espaço aéreo europeu esteja liberado na segunda-feira. Ele declarou ainda que a situação atual é insustentável.

"Não podemos esperar até que as nuvens de cinzas simplesmente desapareçam", afirmou

"A previsão é de que haverá metade dos voos em operação amanhã (segunda-feira)", disse Diego Lopez Garrido, secretário de Estado espanhol para assuntos da União Europeia. "Será difícil, por isso precisamos coordenar", ele disse aos repórteres, depois de uma reunião na agencia de controle de aviação europeia, Eurocontrol.

A Itália e a Áustria disseram que reabrirão seus aeroportos afetados na segunda-feira.

Estima-se que apenas 4 mil vôos estavam operando, no domingo, na Europa, em vez dos 24 mil habituais, disse a Eurocontrol. Estima-se que 63 mil voos foram cancelados desde quinta-feira.

A cinza vulcânica é abrasiva e pode arranhar superfícies aerodinâmicas e paralisar o motor de um avião. Componentes eletrônicos e os pára-brisas dos aviões também podem ser danificados.

Esperança de alívio

Testes de voo feitos no fim de semana com aviões vazios deram alguma esperança.

"A Lufthansa fez 11 voos, a KLM nove, a Air France sete e os resultados mostram que não houve influência na área. Não houve interferência da nuvem de cinzas", disse Garrido.

A KLM disse que suas inspeções não mostraram nenhum dano aos motores ou qualquer evidência de concentrações perigosas de cinza. Seu presidente, Peter Hartman, disse que o espaço aéreo europeu estava seguro, segundo a imprensa holandesa, "com exceção de uma zona no norte, entre a Islândia e a Rússia".

Companhias aéreas e aeroportos pediram que as restrições de voo fossem reavaliadas.

"A concentração de partículas de cinza na atmosfera é provavelmente tão pequena que não representa uma ameaça ao transporte aéreo", disse a associação holandesa de pilotos.

No entanto, a British Airways e a Irish Era Lingus cancelaram todos seus voos de segunda-feira. A irlandesa Ryanair cancelou seus voos de e para o norte da Europa até quarta-feira.

A restrição é um problema crescente para as companhias aéreas, que se estima estão perdendo 200 milhões de dólares por dia, com centenas de milhares de passageiros retidos mundo afora.

Meteorologistas disseram que os padrões do vento significavam que a nuvem de cinzas não deve se afastar até o final da semana.

Espera-se que ela fique mais concentrada de terça para quarta, tornando-se um perigo maior ainda para as viagens aéreas, mas ela deve ficar mais estreita, afetando uma área menor.

Uma mudança nos ventos, a partir de quinta-feira, pode empurrá-la para longe de grande parte da Europa.

"É como uma lata de spray de cinzas, vindo da Islândia", disse o meteorologista da Accu Weather. "Como acontece com uma lata de spray, a nuvem de fumaça não é uniforme. Ela se deforma e se espalha em várias direções, à medida que vai ficando cada vez mais longe da sua fonte."

O presidente dos EUA, Barack Obama, a chanceler alemã, Ângela Merkel, e outros líderes cancelaram suas viagens à Polônia, para o funeral do Presidente Lech Kaczynski.

Para passageiros, executivos e para o mercado financeiro, o maior problema continua sendo a imprevisibilidade da situação.

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