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O presidente da Bolívia, Evo Morales, pode baixar um decreto instituindo a reforma agrária se o Senado continuar bloqueando a votação do projeto, disse um porta-voz do governo na segunda-feira.

Alex Contreras fez o anúncio enquanto começavam a chegar a La Paz várias marchas de indígenas e camponeses que apóiam a chamada ``revolução agrária'', rejeitada por grupos empresariais e entidades cívicas de quatro dos nove Departamentos (Estados) da Bolívia.

``Quando no Senado Nacional se tenta obstaculizar alguns avanços do governo, o presidente, o Poder Executivo, tem o poder de executar decretos'', disse Contreras a jornalistas.

Dirigentes e governadores de oposição se reuniram na segunda-feira em Cochabamba, no centro do país, para analisar as medidas de pressão a serem adotadas a partir de sexta-feira. Há uma greve geral e uma greve de fome, ambas em âmbito nacional, programadas para começar no dia 4.

Cerca de 20 mulheres do comitê cívico de Santa Cruz, entidade líder dos protestos mais radicais contra as reformas, estão em greve de fome desde sexta-feira, em apoio ao magnata do cimento e líder opositor Samuel Doria Medina, que não se alimenta há 12 dias, em protesto contra o domínio governista na Assembléia Constituinte.

Contreras anunciou que Morales, em um breve intervalo na sua atual viagem por Holanda, Nigéria e Cuba, chegará na terça-feira a La Paz para receber as marchas camponesas. ``Se o Senado não retomar as sessões, o governo nacional anunciará uma determinação no tema da distribuição de terras por meio do presidente'', afirmou o porta-voz.

A lei de reforma agrária foi aprovada no começo do mês na Câmara, onde o governo é maioria, mas está paralisada no Senado, de onde a bancada de direita, com estreita maioria, se retirou na semana passada.

O vice-presidente Álvaro García Linera convocou para terça-feira uma quarta reunião com a oposição em busca de um acordo político de grande alcance.

A primeira coluna indígena chegou por volta de meio-dia de segunda-feira ao centro de La Paz, depois de caminhar cerca de 200 quilômetros desde a região subtropical de Yungas, tradicional centro de produção de coca.

Na terça-feira chega a marcha principal, iniciada em outubro em Santa Cruz, e outras duas colunas de camponeses do Altiplano, segundo seus dirigentes.

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