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Para o cientista político Clóvis Brigagão, diretor do Centro de Estudo das Américas, da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, existem dois aspectos que devem ser analisados sobre a Constituinte boliviana. O primeiro é a eleição, com a definição das forças políticas que vão comandar as mudanças. O outro diz respeito à discussão dos temas políticos, econômicos e sociais, que vão mudar os rumos do país.

De acordo com Brigagão, a condução desse processo depende da Assembléia Constituinte, onde o governo pode ter maioria, minoria ou então terá submeter-se a uma composição mista e negociar com opositores. De acordo com o cientista, num cenário político favorável, Evo Morales vai moldar a Constituição de acordo com os interesses do atual governo. Do contrário, ele terá dificuldades em prosseguir com sua proposta de governo.

Na opinião do analista, "a Constituinte deve ter cara de uma Bolívia democrática, que respeita os direitos da sua população, mas sem o radicalismo retórico da esquerda populista". Mais do que fortalecer ou não o governo e a proposta nacionalista de Evo Morales, a nova Constituição vai mostrar "se o país tem maturidade para propor uma ordem política que considere a legislação internacional e as regras de integração física e econômica do Mersosul", diz Brigagão.

Assim como a decisão de nacionalizar a exploração do gás natural, o cientista alerta que as mudanças constitucionais devem causar polêmica e, por isso, é preciso que sejam acompanhadas com atenção pela América do Sul. (GF)

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