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Havana (Folhapress) – O presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, chega hoje a Havana (Cuba), em viagem que dá início a uma série de visitas a países não só da América Latina mas da Europa, Ásia e África. Morales, primeiro indígena a ser eleito presidente da Bolívia, já esteve em Cuba quatro vezes desde 2002 e volta ao país da América Central para selar sua simpatia pelo líder cubano Fidel Castro, no poder desde 1959.

Antes de viajar, deixou clara sua oposição aos Estados Unidos, chamando o presidente George W. Bush de "terrorista" e classificando conflitos assumidos pela Casa Branca como "guerra suja". Essas acusações foram feitas em entrevista à rede de televisão Al Jazira, do Qatar. Ele declarou que Bush é "o único terrorista" por interferirem em outras nações. Em sua avaliação, quem defende interesses nacionais não pode ser chamado de terrorista.

Ele se referiu à secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, como "Dona Condolência". "Precisamos de parceiros e não donos", acrescentou, dizendo contar com apoio dos presidentes da esquerda latina.

A vitória de Morales foi celebrada pela imprensa oficial cubana, e Fidel Castro e o Parlamento de Cuba chamaram, em uma mensagem, a comunidade internacional a rechaçar as "ameaças" dos EUA ao futuro governo boliviano. Para o translado do presidente eleito da Bolívia, Fidel Castro colocou à disposição seu avião particular.

Morales deve voltar à Bolívia para o réveillon e depois seguir seu roteiro de viagem. Ele pretende visitar Espanha, França, Bélgica, África do Sul, China e Brasil em menos de três semanas, antes de receber a faixa presidencial no penúltimo domingo de janeiro. Entre 6 e 9 de janeiro, Morales visitará o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela em Johanesburgo, segundo a agenda. O presidente eleito da Bolívia prevê visitar a China nos dias 10 e 12 de janeiro e no dia 13 encontrar-se com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília.

Morales obteve 54% dos votos as eleições bolivianas de 18 de dezembro passado. Como é solteiro, a função de primeira-dama da Bolívia será assumida por sua irmã, Esther Morales Ayma, informou o partido do presidente eleito, o Movimento ao Socialismo. Esther, 54 anos, é comerciante, casada e mãe de três filhos.

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