• Carregando...
Jornalista iraquiano assiste ao julgamento de Tarek Aziz, em que foi condenado por crimes contra a humanidade e assassinato premeditado | Ahmad Al-Rubaye/AFP
Jornalista iraquiano assiste ao julgamento de Tarek Aziz, em que foi condenado por crimes contra a humanidade e assassinato premeditado| Foto: Ahmad Al-Rubaye/AFP

Intercessão

Vaticano apela pela vida do católico Aziz

O Vaticano fez um apelo ao governo iraquiano para que suspenda a sentença de morte a Aziz. O porta-voz do Vaticano, reverendo Federico Lombardi, disse que o Vaticano espera que a sentença não seja aplicada. Ele disse que comutar a sentença é algo que irá encorajar a reconciliação e a reconstrução da paz e justiça no Iraque. Ele disse que o Vaticano frequentemente defende intervenções humanitárias através dos canais diplomáticos para suspender execuções. A Itália, através do presidente Giorgio Napolitano, também pediu que o governo iraquiano suspenda a execução de Aziz. A representante de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, disse que o bloco europeu pedirá a Bagdá que suspenda a pena.

Em 2009, Aziz já havia sido condenado a 15 anos de prisão, pela execução em 1992 de 42 pessoas em Bagdá, e recebeu outra pena de sete anos em outro caso, por expulsar curdos do norte do país. Ele sempre afirmou ser inocente.

Aziz era o único cristão no círculo de poder de Saddam, formado por muçulmanos sunitas.

Bagdá - O ex-chanceler e braço direito de Saddam Hussein, Tarek Aziz, foi condenado à morte ontem por enforcamento por crimes cometidos contra membros dos partidos políticos xiitas que hoje dominam o Iraque.

Os advogados de Aziz, um político católico que foi a face externa do regime de Saddam até a queda do ditador, em 2003, têm agora 30 dias para recorrer da sentença.

Se confirmada, a pena terá de ser submetida ao presidente da República, o curdo Jalal Talabani, que já chancelou várias execuções de membros do antigo regime – entre as quais a do próprio Saddam, em 2006, e a do general conhecido como "Ali Químico", em janeiro último.

A sentença em primeira instância foi anunciada por um tribunal especial criado para julgar os membros do antigo regime que os EUA prenderam e entregaram ao governo iraquiano.

O tribunal considerou Aziz, de 74 anos, culpado de assassinato premeditado e crimes contra a humanidade que incluem perseguição e eliminação sistemática de líderes e partidos xiitas.

O sunita Saddam só tolerava a existência de seu próprio partido, o secular Baath, do qual Aziz era um alto membro.

Aziz já cumpria pena de 15 anos de prisão pelo assassinato, em 1992, de 42 comerciantes de Bagdá acusados de driblar o controle de preços durante a pri­­meira guerra do Golfo (1991).

Advogados de Aziz dizem que os juízes atropelaram o direito de defesa e agiram por desejo de vingança.

Os defensores também acusam o governo iraquiano de tentar desviar a atenção das recentes denúncias do site Wi­­ kiLeaks, que acusam Bagdá de praticar execuções arbitrárias e tortura de suspeitos de participar da insurgência ar­­mada.

Aziz, que sofre de problemas cardíacos, se entregou dias após a invasão liderada pelos EUA que culminou com a tomada de Bagdá. Embora sob custódia do Iraque, ele permanece, por razões de segurança, numa base militar americana situada na capital iraquiana.

Aziz era conhecido nos círculos diplomáticos pelo inglês fluente e por transitar com facilidade no Vaticano.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]