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Entrada na União Européia é desafio para novo presidente

Ancara – Além de ganhar a confiança dos grupos seculares, o grande desafio diplomático que aguarda o novo líder da Turquia, Abdullah Gul, é a entrada do país na União Européia. O governo turco pediu a adesão em 1987, mas os diplomatas europeus nunca admitiram sequer conversar sobre o assunto. Foi durante a gestão de Gul no ministério das Relações Exteriores que a Turquia conseguiu abrir negociações sobre a adesão ao bloco, em 2005.

"É imperativo para nosso país que nós realizemos as reformas política e econômica para caminharmos em direção a sermos membros da UE", disse Gul durante a cerimônia de seu juramento. O novo presidente foi ministro das Relações Exteriores quando o país apresentaou a proposta turca para a UE.

Ancara – O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Abdullah Gul, tornou-se ontem o primeiro político com passado islâmico a ocupar a presidência da Turquia. A vitória de Gul pôs fim a quatro meses de uma intensa batalha política entre o partido governista Justiça e Desenvolvimento (AKP, sigla em turco) e a elite secularista e o Exército, que defendiam o legado de Mustafá Ataturk, que separou Estado e religião ao fundar a república, em 1923.

Pela legislação turca, um presidente só é eleito se obtiver dois terços dos votos dos parlamentares. Se isso não acontecer nos dois primeiros turnos, a eleição vai a um terceiro, decidido apenas pela maioria simples. Foi o que aconteceu. Gul foi eleito apenas na terceira votação, com 339 votos, 61% do total.

"Como presidente da República, juro salvaguardar a existência e a independência do Estado", disse Gul durante o juramento de posse.

A eleição representou um importante triunfo para o governo do primeiro-ministro do país, Recep Tayyip Erdogan, também de raízes islâmicas. "O próximo passo é unir os turcos e levar o país adiante", afirmou Erdogan. Assim, os políticos islâmicos esperam exorcizar o estigma de que governantes religiosos são incompatíveis com uma democracia liberal.

O embate entre secularistas e religiosos é justamente o centro do impasse político turco. O AKP está no poder desde 2002, quando Erdogan foi eleito primeiro-ministro com um terço da votação. Contudo, eleger o premier é uma coisa, ganhar a presidência é outra.

O AKP, cuja base são os setores populares da sociedade turca, tradicionalmente fiéis ao islamismo, nunca deu sinais de que islamizaria o país. Contra qualquer interferência da religião em assuntos de governo estão a elite turca, os juízes da Suprema Corte e principalmente o Exército.

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