Londres - Rudolf Elmer, ex-funcionário de um banco suíço, entregou ontem, ao site WikiLeaks, informações sobre cerca de 2 mil clientes de bancos que poderiam estar sonegando impostos em paraísos fiscais.
Elmer disse que quer mostrar ao mundo a verdade sobre o dinheiro escondido em contas offshore. O chefe do WikiLeaks, Julian Assange, que recebeu os CDs de Elmer pessoalmente, fez uma rara aparição fora de casa, na Grã-Bretanha, onde tem vivido enquanto luta contra um processo de extradição. "Eu estou aqui hoje para apoiá-lo", afirmou ele.
Assange disse que levará algumas semanas até as informações serem checadas e publicadas no site. Elmer não adiantou nomes contidos nos CDs nem disse quantos exatamente estão envolvidos.
Elmer disse que é "contra o sistema" e que "sabe como o sistema trabalha". "Eu quero que a sociedade saiba como esse sistema trabalha porque ele está prejudicando nossa sociedade", afirmou. "Nós vamos falar sobre o sistema e é por isso que estou aqui."
Assange está em liberdade sob fiança, enquanto aguarda um processo da Suécia para deportá-lo por supostos crimes sexuais. Ele não foi formalmente acusado. Haverá uma audiência do processo de extradição em um tribunal de Londres, nos dias 7 e 8 de fevereiro. Solto sob fiança, Assange vive em uma casa no interior da Inglaterra, em um regime que ele descreveu como "liberdade vigiada pela alta tecnologia".
Assange disse que, como em outros vazamentos feitos pelo WikiLeaks, empresas da mídia ele nomeou a agência Bloomberg e o jornal britânico Financial Times como possíveis candidatos poderão ter acesso anterior aos dados. Ele também afirmou que os arquivos, ou parte deles, serão entregues aos investigadores de fraudes do governo britânico, em busca de qualquer prova criminal. "Nós vamos lidar com essa informação como todas as outras que recebemos", disse Assange. "Elas será totalmente revelada".
Perfil
Elmer é um ex-empregado do banco suíço Julius Baer, o qual afirmou conhecer as intenções do seu ex-colaborador de passar as informações ao WikiLeaks. "Ele não nos atacou na coletiva de imprensa, ele explicitamente tem no alvo o sistema", disse o porta-voz do banco, Jan Vonder Muehll.
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