Um tribunal do norte da China condenou nesta terça-feira (28) à morte o ex-diretor geral da administradora de ativos estatal Huarong, acusado de aceitar propina.
O condenado, Bai Tianhui, aceitou propinas no valor de mais de 1,1 bilhão de yuans (cerca de R$ 793 milhões), informou a agência de notícias oficial Xinhua.
O tribunal enfatizou o "sério impacto social" causado por Bai, bem como os "pesados prejuízos" para o Estado.
Huarong foi um dos quatro bancos fundados no país asiático após a crise financeira de 1997, com o objetivo de expurgar as insolvências do sistema bancário chinês, embora com a chegada de Lai Xiaomin como presidente do grupo (2012) tenha se transformado em um consórcio financeiro e começado a investir em ativos de alto risco, abrindo seu capital em Hong Kong em 2015.
Lai foi preso em 2018 e executado em 2021, após ser condenado por aceitar propinas no valor equivalente a cerca de US$ 280 milhões (R$ 1,4 bilhão), entre outras acusações, em um processo judicial que veio a ser descrito pela imprensa oficial como o "maior caso de corrupção financeira" da história da China.
No final de 2023, Huarong anunciou um acordo para adquirir 5% de seu maior acionista, o também banco público de investimentos Citic, por cerca de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,7 bilhões).
Esse acordo foi um retorno de parte do capital que o Citic investiu no resgate público do Huarong, que mudou seu nome para China Citic Financial Asset Management, a fim de alavancar a marca de seu maior acionista.
O Citic assumiu a referida posição no capital da Huarong depois que a participação do até então acionista majoritário, o Ministério das Finanças da China, foi diluída em 57% como parte do plano de resgate aprovado pelas autoridades para enfrentar os graves problemas da empresa, com passivos de quase US$ 240 bilhões (R$ 1,2 trilhão) no final de 2021.
Após chegar ao poder em 2012, o atual secretário-geral do Partido Comunista Chinês e ditador da China, Xi Jinping, iniciou uma campanha anticorrupção na qual várias autoridades chinesas de alto escalão foram condenadas por aceitar propinas milionárias.
Embora essa campanha, um dos principais programas de Xi, tenha revelado grandes casos de corrupção dentro do partido, alguns críticos sugeriram que ela também pode ser usada para acabar com a carreira política de alguns de seus rivais ou críticos.
A China sancionou 610 mil funcionários por corrupção em 2023, de acordo com dados da Comissão Central de Disciplina e Supervisão do Partido Comunista Chinês, o braço anticorrupção do partido governante.
Um episódio semelhante aconteceu no Vietnã recentemente, onde uma empresária também foi condenada à morte por fraude financeira.
Truong My Lan, de 67 anos, era presidente da construtora Van Thinh Phat Holdings, e foi acusada de fraude no valor de US$ 12,5 bilhões (cerca de R$ 64,5 bilhões). (Com Agência EFE)
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