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Um contato italiano do ex-espião russo que foi envenenado em Londres disse nesta quarta-feira que a máfia russa e autoridades corruptas do governo tiveram um forte motivo para silenciar Alexander Litvinenko.

Mario Scaramella, que ajudou o parlamento italiano a investigar a espionagem soviética da época da Guerra Fria, disse que se encontrou com Litvinenko em um restaurante de sushi de Londres no dia em que se acredita ter sido envenenado. Ele disse que Litvinenko havia se encontrado antes com dois russos em um hotel.

Litvinenko, 41, crítico persistente do presidente Vladimir Putin, disse que se sentiu mal depois dos encontros, há três semanas.

"Sabemos muito bem que são os inimigos de Litvinenko. O trabalho que fizemos durante anos foi para ressaltar as ligações entre a máfia russa e algumas das autoridades mais corruptas do governo russo", disse Scaramella à rádio BBC.

"Só posso imaginar que as pessoas contra quem ele trabalhou...podem ter interesse em ataca-lo. A qualidade deste serviço, o nível de conhecimento deste homem, é tão alto que ele pode representar realmente um perigo para eles."

Scaramella disse que quando se encontrou com Litvinenko em Londres, no dia 1 de novembro, o russo mostrou-lhe emails de uma fonte comum advertindo que suas vidas poderiam estar perigo.

A ameaça partiu do crime organizado de São Petersburgo, possivelmente em ação para o governo russo, disse.

Amigos de Litvinenko acusaram o Kremlin de tramar um complô para envenená-lo, mas a Rússia classificou de ``bobagem'' as acusações de que seus agentes envenenaram o ex-espião.

Litvinenko, que agora é cidadão britânico, investigou o assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya, também crítica de Putin e que foi morta a tiros em seu apartamento de Moscou no dia 7 de outubro.

Litvinenko perdeu todo o cabelo está sofrendo de falência de órgaõs. Ele está sob tratamento intensivo em um hospital de Londres.

O toxicologista responsável pelo tratamento disse que o veneno pode ter sido reforçado com uma substância radioativa para tornar-se mais letal.

A política britânica antiterrorismo está investigando o caso, que pode ter consequências diplomáticas amplas.

Scaramella disse, ao ser questionado se teme pela própria vida, que não é tão bem informado quanto Litvinenko e portanto é improvável que se torne alvo.

Litvinenko é co-autor de um livro de 2002 chamado ``Blowing up Russia: Terror from Within'' (''Explodindo a Rússia: Terror a partir de dentro''), em que alega que agentes do Serviço Federal de Segurança coordenaram as explosões em blocos de apartamentos na Rússia que mataram mais de 300 pessoas em 1999. Autoridades atribuem as explosões a rebeldes tchetchenos.

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