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Bósnia

Ex-general acusado de genocídio é extraditado para Haia

Ratko Mladic será julgado no Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra cometidos entre 1992 e 1995

Manifestantes exibem cartazes com fotos de Ratko Mladic em protesto contra a prisão do ex-general, em Banja Luka, segunda maior cidade da Bósnia | Ranko Cukovic/Reuters
Manifestantes exibem cartazes com fotos de Ratko Mladic em protesto contra a prisão do ex-general, em Banja Luka, segunda maior cidade da Bósnia (Foto: Ranko Cukovic/Reuters)

O ex-general bósnio-sérvio Ratko Mladic, 69 anos, foi extraditado ontem para a Holanda, onde será processado por genocídio no tribunal de crimes de guerra da ONU, em Haia.

Mladic estava foragido havia 16 anos, desde que foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia de ordenar o massacre de 8 mil muçulmanos na cidade de Srebrenica e o cerco de 43 meses a Sarajevo, na Guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995.

Ele pode ser submetido entre hoje e quinta a uma audiência inicial com três juízes do TPI – um holandês, um alemão e um sul-africano – na qual pode alegar ser inocente ou culpado, ou ainda pedir 30 dias de prazo para dar a resposta. Se admitir culpa, os juízes po­­dem dar uma sentença em um pra­­zo curto. Já se alegar inocência, seus advogados terão tempo para analisar provas e formular uma defesa contra acusações de genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade.

Nesse caso, o início do julgamento pode levar meses. O processo do líder político sérvio Radovan Karadzic, que foi preso em 2008 e responde pelos mesmos crimes, levou um ano e três meses para começar e ainda continua.

Dada a semelhanças dos casos, uma hipótese analisada pelo TPI é julgar os dois sérvios juntos. A pena máxima a que eles podem ser submetidos é a prisão perpétua.

Mladic havia sido preso em uma fazenda no norte da Sérvia na última quinta-feira e levado à Jus­­tiça de seu país, que decidiu pela extradição. Advogados de defesa de Mladic ainda tentaram apelar da decisão, argumentando que o ex-general não tinha condições de saúde para ser submetido a julgamento.

A Justiça sérvia negou o recurso hoje. "A Sérvia cumpriu sua obrigação internacional e moral’’, disse a ministra da Justiça sérvia Snezana Malovic.

União Europeia

A prisão e a extradição de Mladic eram pré-requisitos impostos pe­­la União Europeia para a en­­tra­­da da Sérvia no bloco. O país es­­pera atingir o status de candidato até o fim deste ano.

Antes de ser levado a Roterdã em um jato, Mladic pôde visitar o túmulo de sua filha Ana, que em 1994 cometeu suicídio aos 23 anos ao ver o pai acusado de atrocidades na guerra.

Ao chegar a Roterdã, Mladic foi levado de helicóptero ao centro de detenção Scheveningen, vinculado ao TPI.

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