O terremoto que deixou ao menos 235 mortos na região de Abruzzo representou uma experiência de angústia para o ex-goleiro do Coxa Artur Gusmão (foto), de 28 anos. Ele, que é natural de Leme, no interior de São Paulo, mora com a mulher, Karina, em Roma. Na madrugada de segunda-feira, durante os 20 segundos em que a terra tremeu, ela, que tentava dormir, escutou os móveis baterem contra a parede e levantou para acender a luz. Nesse momento, a porta do quarto se fechou sozinha. Assustada, ela acordou o marido, que não percebera o tremor.
"Ela ficou com muito medo de que fosse um aviso de um espírito de que havia algo de errado no Brasil", conta Artur.
Só depois de ligar para a família dela, em Belo Horizonte, foi que eles souberam que um terremoto de 6,5 na Escala Richter havia deixado vários vilarejos destruídos a cerca de 100 quilômetros dali.
Artur está há um ano como goleiro reserva da Roma. Jogou no Coxa entre 2006 e 2007, quando se mudou para a Itália por convite do Siena.
Curitibana
A física curitibana Ana Amélia Bergamini Machado, de 33 anos, moradora de LÁquila, cidade do epicentro do terremoto, vivenciou o tremor ainda mais de perto. Quem conta a história é sua irmã, Viviane Bergamini. "Ela disse que estava dormindo quando tudo começou a tremer. Ela escutou o lustre ao lado da cama tremendo e acordou. Durou cerca de 20 segundos, mais ou menos. Pra gente ter uma ideia do tremor, as portas do guarda roupa e as gavetas da cozinha ficaram todas abertas depois.
A geladeira se moveu do local e um espelhou quebrou. Mas perto do que aconteceu com prédios vizinhos, o estrago não foi tão grande."
Viviane também conta que, por ter ficado sem gás e luz, e ainda por questão de segurança, a irmã está hospeda num hotel em Teramo, cidade próxima a LAquila.
Ana Amélia é física formada pela UFPR e faz Pós-Doutorado na mesma área na Itália. A reportagem tentou contactar Ana Amélia, por telefone, durante a tarde de ontem, mas não obteve sucesso.
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