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Um dos maiores escândalos políticos que atingiram a China nos últimos anos se aproxima do fim. Bo Xilai, um ex-secretário do Partido Comunista no município de Chongqing, foi acusado formalmente nesta quinta-feira de aceitar suborno, de corrupção e de abuso de poder. A acusação abre caminho para que seu julgamento se inicie nas próximas semanas e que o governo vire a página em um caso extremamente incômodo.

Bo, de 64 anos, era uma estrela em ascensão na política chinesa até um escândalo envolver sua mulher no assassinato de um empresário britânico, no ano passado. Ela acabou sentenciada à morte, mas a pena foi convertida em prisão perpétua - possivelmente o mesmo deve ocorrer com ele, que irá a julgamento em um tribunal de Jinan, capital da provincia costeira de Shandong.

O escândalo mistura sexo, dinheiro, corrupção e morte. De acordo com a imprensa local, ele teria recebido mais de R$ 7 milhões em subornos, mantido relações impróprias com várias mulheres e tentado encobrir o assassinato de Neil Heywood, um amigo da família, por sua mulher, Gu Kailai, aparentemente devido a uma desavença econômica.

"O acusado se aproveitou dos privilégios de sua posição para obter benefícios e receber dinheiro e outros bens de forma ilegal", diz um trecho da acusação.

O presidente Xi Jinping, que assumiu o cargo em março, quer encerrar o assunto rapidamente, mas o julgamento de Bo pode provocar divisões no partido. O próprio afastamento do político mostrou diferenças entre aqueles que o apoiavam e têm saudades da época de Mao Tsé-tung, e os reformistas, que desejam acelerar as mudanças políticas e econômicas.

Bo perdeu em março do ano passado o cargo como líder do partido em Chongqing, um município com 30 milhões de habitantes no sudoeste do país. Depois, foi expulso do Partido Comunista e de seu Politburo.

"Não importa quem você seja, se tem uma posição elevada ou não, será severamente punido se violar a lei", dizia o editorial do "Diário do Povo" desta quinta-feira.

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