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Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

Islamabad – A grande marcha convocada pela ex-premier Benazir Bhutto contra o estado de emergência em vigor há uma semana no Paquistão foi bloqueada ontem pelos 8.500 policiais enviados para as ruas de Rawalpindi, próxima a Islamabad, em demonstração de força do ditador do país, general Pervez Musharraf. Benazir foi colocada em prisão domiciliar e teve sua casa na capital cercada por barricadas policiais durante o dia – segundo o governo, "para sua própria segurança’’.

A ordem de detenção foi suspensa por volta das 23 h locais (16 h de Brasília). Durante a tarde, a ex-premier, que após moderação inicial adotou discurso firme contra o estado de emergência e Musharraf na última quarta-feira, tentou furar o cerco policial por duas vezes. Ela chegou a discursar para simpatizantes reunidos nas proximidades de sua casa, com falas transmitidas pela tevê estatal.

"Não quero que o Paquistão se converta em um Iraque. Quero salvá-los’’, disse ela, com um microfone, a seguidores, policiais e jornalistas. A ex-premier afirmou ainda que, "quando o estado de emergência foi imposto, as negociações com o governo foram interrompidas’’. "Esta batalha é contra a ditadura, e o povo vai vencê-la’’, disse.

Distanciamento

As afirmações foram uma tentativa de se distanciar das ações governamentais. Antes do decreto, Benazir passara meses negociando um acordo de divisão de poder com Musharraf. Mas, apesar da aparente oposição, o jornal New York Times sugeriu que a transmissão do discurso "pareceu ser um movimento cuidadosamente acordado com o governo’’. Ao contrário de outros políticos detidos, Benazir pôde conversar livremente por telefone com a imprensa.

Para justificar a detenção, o governo disse que havia fortes evidências de que a ex-premiê seria alvo de um ato terrorista. Em outubro, quando ela retornou ao país após anos no exterior para evitar processos por corrupção, mais de 140 pessoas morreram em ataques suicidas contra seus simpatizantes.

Em Rawalpindi, onde Benazir planejava reunir 5.000 apoiadores em protesto, a polícia fechou vias que levavam ao centro e lançou bombas de gás lacrimogêneo contra centenas de manifestantes que insistiam em manter o ato. Mais de cem foram presos.

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