O Tribunal Penal do Cairo, no Egito, condenou nesta terça-feira (21) o presidente deposto Mohammed Mursi a 20 anos de prisão por incitação à violência, sequestro e tortura durante protestos contra seu governo em dezembro de 2012.
Essa é a primeira condenação da Justiça egípcia ao líder islamita, retirado do poder em julho de 2013 por militares comandados pelo atual presidente Abdel Fattah al-Sisi, que iniciou uma repressão à Irmandade Muçulmana após tomar posse.
Repressão
A condenação se deve à influência de Mursi na repressão aos protestos ocorridos contra seu governo em dezembro de 2012, quando mudou a lei para expandir seus poderes para governar por decreto. Ele justificou a medida como uma forma de evitar a pressão da Justiça.
Além de Mursi, outros membros do movimento islamita, considerado terrorista pelo governo egípcio desde dezembro do ano retrasado, receberam a mesma pena pelos mesmos crimes. Dentre eles, os líderes Mohammed el-Beltagy e Essam el-Erian.
Eles e mais três integrantes estavam em uma jaula dentro do tribunal para ouvir a sentença, que foi transmitida ao vivo pela televisão estatal. Os islamitas, porém, foram absolvidos da acusação de homicídio, que poderia levá-los à pena de morte.
Após a leitura do veredicto, os condenados fizeram o sinal de quatro dedos com as mãos, em referência ao gesto feito pelos partidários da Irmandade Muçulmana durante os protestos, e gritaram “Allahu Akbar” (Deus é maior, em árabe). Os condenados e seus aliados negam as acusações.
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