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O presidente da Aliança para uma Revolução Verde na África e ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, defendeu neste sábado (25) em Roma, na Itália, que a comunidade internacional se una para erradicar a fome por meio de medidas de segurança alimentar. Ele alertou que cerca de 500 mil pessoas passam fome no mundo, podendo causar um "desastre permanente" no planeta.

Annan condenou ainda as iniciativas de alguns países, principalmente os mais ricos, que adotam medidas de protecionismo e proibição de exportações unilaterais. "O desafio do nosso tempo, assim como a busca por uma resolução do problema da mudança climática vinculada, é tentar encontrar uma solução global para a questão de alimentos e da nutrição de segurança", disse Annan.

"Se os países não podem se unir com sucesso para oferecer a segurança alimentar, a mais básica das necessidades humanas, as nossas esperanças para a cooperação internacional mais ampla estarão condenadas", acrescentou.

Annan discursou durante a abertura da 37ª reunião da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), convocada para a eleição do novo diretor-geral do órgão. Durante o discurso, o ex-secretário-geral lembrou que a tendência é o aumento dos preços dos alimentos na próxima década.

Kofi Annan ressaltou que é necessário um esforço conjunto para acabar com o que ele chamou de fenômeno da grilagem de terra. "É muito preocupante o que foi apresentado em um relatório recente sobre terras agrícolas, inclusive do tamanho da França, compradas na África, em 2009, por especuladores", disse ele.

Neste domingo (26), será realizada a eleição para a escolha do novo diretor-geral da FAO. O Brasil concorre com a candidatura do ex-ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome José Graziano da Silva. Mas há outros cinco candidatos - o austríaco Franz Fischler, o indonésio Indroyono Soesilo, o iraniano Mohammad Saeid Noori Naeini, o iraquiano Abdul Latif Rashid e o espanhol Miguel Ángel Moratinos.

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