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Raleigh, Estados Unidos (AE/AP) – Um detento estava ontem prestes a transformar-se na milésima pessoa executada nos Estados Unidos desde 1976, quando a pena de morte foi reinstituída no país. Ele recebeu visitas de familiares, inclusive dos dois filhos que estavam a seu lado quando ele matou a esposa e o sogro num ataque de fúria.

Kenneth Lee Boyd, de 57 anos, viu seus hoje crescidos três filhos pela primeira vez desde 1994, quando foi condenado à morte. Ele seria executado às 2h da manhã de hoje, pelo horário local. Dois familiares de suas vítimas assistiriam à sua morte pelos espessos vidros de uma sala com vista para a câmara de execução da Penitenciária Central de Raleigh, na Carolina do Norte.

Familiares de Boyd também deveriam assistir à execução. Entretanto, uma porta-voz da penitenciária disse que a família ainda não tinha decidido quem testemunharia os últimos momentos de sua vida. Boyd não negou ter cometido o duplo assassinato no condado rural de Rockingham, perto da divisa entre os estados americanos de Carolina do Norte e Virgínia.

Numa entrevista à Associated Press concedida na prisão, ele disse que não queria fazer parte dessa marca infame. "Eu detestaria ser lembrado dessa forma", disse ele. "Não gosto da idéia de ser identificado com um número."

Os advogados de Boyd apresentaram um recurso na 4.ª Corte Federal de Apelação e na Suprema Corte dos EUA, assim como enviaram um pedido de clemência ao governador Mike Easley. Uma porta-voz de Easley disse que o governador consideraria o caso de Boyd da mesma forma que analisou outros.

Uma multidão acima do normal de manifestantes era esperada em Raleigh e vigílias estavam previstas para ocorrer em diversos pontos da Carolina do Norte. Mas as esperanças de Boyd de que a sentença fosse revertida na última hora eram poucas. Não existe dúvida sobre sua culpa e seu caso não inclui irregularidades processuais como as que levaram o governador da Virgínia, Mark Warner, a poupar a vida de Robin Lovitt na terça-feira, adiando a milésima execução da história recente dos EUA.

Nos cinco anos de Easley como governador da Carolina do Norte, 22 detentos no corredor da morte foram executados e dois foram perdoados, sendo um por falta de evidências e outro por suposto preconceito do júri contra um homem negro acusado de matar o marido de uma mulher branca com quem mantinha um caso amoroso.

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