A siderúrgica indiana Jindal Stell & Power acusou neste sábado o governo da Bolívia de intimidar e prender dois de seus executivos e confiscar seus equipamentos, após a companhia encerrar um contrato para investir US$ 2,1 bilhões na exploração de minério de ferro e produção de aço no país.
Segundo a companhia, as ações, adotadas na sexta-feira, "mostram que o governo boliviano está recorrendo a procedimentos criminosos e que seu objetivo é prejudicar a companhia e seus empregados". A siderúrgica pediu que o governo boliviano "garanta a segurança de todos os nossos empregados e ativos que legalmente pertencem a nós". Nenhum representante do governo boliviano foi encontrado para comentar o assunto.
A Jindal disse que comunicou o acontecido ao ministro de Relações Exteriores da Índia, S. M. Krishna, mas ainda não recebeu uma resposta. Um porta-voz do ministério afirmou que "essa é uma disputa comercial complexa". "Nossa embaixada no Peru (que também é responsável pela Bolívia) está cuidando do assunto", acrescentou.
Segundo a siderúrgica indiana, duas executivas foram presas em seu escritório na sexta-feira, acusadas de roubo. Elas foram levadas a uma delegacia, onde foram interrogadas e depois libertadas. De acordo com o porta-voz da Jindal, as acusações são "frívolas" e a intenção das prisões era intimidar os empregados da companhia.
Após uma série de divergências sobre os investimentos da companhia no país, desde 2007, o governo boliviano descontou US$ 36 milhões em garantias bancárias dadas pela Jindal. Agora, o assunto está sendo avaliado pelo Tribunal Internacional de Arbitragem.
O ministro de Minas da Bolívia, Mario Virreira, teria chamado os executivos da Jindal para conversas reconciliatórias em La Paz, segundo a companhia. Mas hoje a siderúrgica disse preferir que as reuniões sejam realizadas em um território neutro, ou por meio de videoconferência. As informações são da Dow Jones.
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