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O "número dois" do comando militar americano no Iraque, tenente-general Raymond Odierno, disse que levará de "dois a três anos" para estabilizar o Iraque, segundo informações da imprensa americana publicadas nesta segunda-feira (8).

Segundo Odierno, a capital do país, Bagdá, deve estar sob controle em menos tempo, "após um período de três ou quatro meses" de intensas operações de limpeza.

Mesmo após o final destes "dois a três anos", "não haverá nenhuma parada militar triunfal quando sairmos daqui [do Iraque]", disse o tenente-general ao jornal "The Washington Post".

Planos de Bush

Odierno evitou comentar o novo plano estratégico para o Iraque que o presidente americano, George W. Bush, deve anunciar nesta semana.

Segundo informações divulgadas nesta segunda-feira pela Casa Branca, o presidente Bush revelará sua nova estratégia para o conflito no Iraque em um discurso ao país, na quarta-feira, às 21h locais (meia-noite Brasília).

O plano de Bush, segundo informações que vazaram, prevê a mobilização iminente em Bagdá -durante período limitado- de cerca de 20 mil efetivos americanos adicionais.

O general disse apenas que, após "três ou quatro meses" de operações intensivas em Bagdá por um grande número de efetivos iraquianos e americanos, estes últimos, em uma segunda fase do projeto, iriam à periferia da capital, de onde poderiam voltar a intervir pontualmente no centro da cidade em caso de necessidade, segundo o jornal "The New York Times".

Odierno calcula que esta segunda fase poderá começar em agosto ou setembro, informou o diário nova-iorquino.

Odierno ressaltou que a operação militar na capital aconteceria tanto nos bairros xiitas como nos sunitas, e contaria com participação efeitva do Exército iraquiano.

"É preciso ir tanto pelos bairros xiitas como pelos sunitas", disse o militar, segundo o "Washington Post".

Segundo o general, concentrar-se há vários meses na insurgência sunita foi um erro. "Uma das coisas que me preocupa constantemente é que não nos vejam como instrumento para que um grupo consiga vantagem sobre o outro", informou o jornal "Los Angeles Times".

De acordo com o periódico, Odierno expressou a esperança de que o Parlamento iraquiano consiga chegar a um acordo para aprovar uma lei para vetar os grupos paramilitares xiitas que atuaram contra a comunidade sunita como "esquadrões da morte".

Milícias

O governo iraquiano "tem que ter uma política sobre as milícias", afirmou o militar. "Do meu ponto de vista, 80% dos milicianos talvez pudessem ser integrados imediatamente na Polícia ou no Exército", mas os 20% restantes são "extremistas" que provavelmente terão que ser capturados ou mortos.

Na operação de meados do ano passado, disse o general, "pudemos limpar zonas. Não conseguimos manter as zonas. Não conseguimos mobilizar forças de segurança suficientes para proteger ao povo", segundo o "Washington Post".

O "comandante operacional" do Exército dos EUA no Iraque, número dois no comando do país, confirmou que deve haver o posicionamento de três brigadas de combate iraquianas adicionais em Bagdá, nas quais não haveria nem xiitas nem sunitas, mas curdos.

Um porta-voz do Ministério da Defesa iraquiano afirmou que não se trata de milicianos curdos "peshmerga", enquanto o parlamentar xiita Hassan Suneid disse que se trataria apenas de soldados curdos integrados no Exército iraquiano.

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