• Carregando...

La Paz – O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ontem a nacionalização da exploração de petróleo e gás, e ordenou a ocupação dos campos de produção das empresas estrangeiras no país, entre elas a estatal brasileira Petrobras. Além da Petrobrás, operam na Bolívia as petrolíferas Repsol YPF (Espanha e Argentina), British Gas e British Petroleum (Reino Unido), Total (França), Dong Wong (Coréia) e Canadian Energy. Desde ontem, elas ficam obrigadas a entregar as propriedades para a empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), que assumirá a comercialização da produção, definindo condições, volumes e preços tanto para o mercado interno quanto para exportação.

A Petrobras já injetou, desde 1996, US$ 1,5 bilhão na Bolívia, além de US$ 2 bilhões para trazer o gás ao Brasil. Ela explora os dois principais campos de gás do país. Duas refinarias da Petrobrás já teriam sido ocupados pelo Exército boliviano ontem. É a maior empresa na Bolívia e responde por 15% do PIB do país.

"A hora chegou, o dia esperado, um dia histórico no qual a Bolívia retoma absoluto controle sobre nossos recursos naturais", discursou Morales. Ele disse que, com essa medida, serão resolvidos os problemas econômicos do país, porque serão gerados mais postos de trabalho.

A ocupação de 53 campos produtores, dutos e refinarias começou imediatamente depois de que Morales assinou decreto de nacionalização da indústria de hidrocarbonetos, disse ontem o vice-presidente Álvaro García a uma multidão reunida na praça central de La Paz. A YPFB tomará o controle dos campos de produção de petróleo e gás, enquanto as companhias estrangeiras que exploram os produtos deverão regularizar sua situação no país com novos contratos em um prazo de 180 dias. Aquelas que não aceitarem as novas normas de exploração e comercialização terão que deixar a Bolívia. Para garantir a continuidade de produção, a YPFB se responsabilizará pelas operações dos campos das companhias que discordarem.

Pelo período de 180 dias de transição, 82% do valor da produção serão destinados ao governo e 18%, às companhias, "porcentagem que cobre os custos de operação e amortização de investimentos", segundo Morales. O ministério de Hidrocarbonetos determinará, caso a caso, os investimentos realizados pelas companhias e suas amortizações, custo de operação e rentabilidade obtida em cada campo. Os resultados dos estudos servirão como base para a YPFB determinar a participação definitiva das companhias nos novos contratos.

A ocupação de 53 campos produtores, dutos e refinarias começou imediatamente depois de que o presidente Evo Morales assinou decreto de nacionalização da indústria de hidrocarbonetos, disse ontem o vice-presidente Álvaro García a uma multidão reunida em La Paz.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]