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O presidente da Síria, Bashar al-Assad, afirmou nesta quarta-feira (1º) que o exército trava uma batalha "heroica" e "crucial" pelo destino do país, em um discurso divulgado pela agência oficial Sana por ocasião do 67º aniversário da tropa, dia em que os combates também atingiram bairros cristãos da capital.

"O exército trava uma batalha heroica e crucial (...) da qual depende o destino de nosso povo e de nossa nação, porque o inimigo se encontra agora entre nós, utilizando agentes internos como meio para desestabilizar a pátria, a segurança dos cidadãos e esgotar nossos recursos econômicos e científicos", afirmou o presidente sírio.

"Eles queriam privar o povo de sua capacidade de decisão, mas se surpreenderam ao ver este povo orgulhoso enfrentar estes planos e fazê-los fracassar", completou o presidente.

Na mensagem aos soldados sírios, Assad recordou que "vocês, homens desta pátria, têm escrito as epopeias mais maravilhosas (...) e mostrado, ao enfrentar a guerra travada contra nosso país e os grupos terroristas, que possuem uma vontade de ferro e uma consciência viva".

"Homens de honra e a dignidade! Estejam sempre prontos para a ação, para que nossas Forças Armadas permaneçam como pilar da pátria", destacou Assad.

O governo sírio chama os grupos combatentes rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL) de "grupos terroristas armados, a soldo de estrangeiros, que desejam espalhar o caos".

Em Damasco, os bairros cristãos de Bab Tuma e Bab Sharqi, no centro da cidade, foram pela primeira vez palco de combates, que deixaram ao menos um soldado morto, indicou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede em Londres.

"São combates inéditos em zonas às quais os combatentes (rebeldes) não tinham acesso até agora", afirmou Ramin Abdel Rahman, presidente do OSDH, que obtém suas informações de uma ampla rede de militantes no terreno.

Uma testemunha contou que desconhecidos atacaram um posto do exército no bairro de Bab Sharqi.

Bab Tuma e Bab Sharqi são bairros tradicionalmente cristãos da cidade velha de Damasco, onde, em várias ocasiões, foram organizados atos de apoio a Assad.

Os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que organizam protestos nos terreno, informaram sobre uma grande explosão e nutridos tiroteios em Bagdá, uma das maiores artérias da capital.

Os LCC também assinalam um bombardeio no grande bairro de Tadamun, sul da capital.

Outros bairros de Damasco já havia sido cenário de violentos combates, mas o exército conseguiu reconquistá-los em 23 de julho.

A partir de então, o foco do conflito se voltou para Aleppo, ao norte da Síria, segunda cidade e principal centro econômico do país.

Os confrontos de terça-feira deixaram 124 mortos, a metade deles em Aleppo, segundo o OSDH.

Nos últimos dois dias, os bombardeios de helicópteros e artilharia pesada contra Aleppo e seus arredores provocaram uma fuga em massa de 200 mil pessoas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

A Anistia Internacional considerou que a ofensiva contra Aleppo "se inscreve na preocupante prática de violações dos direitos humanos cometidas pelas forças governamentais em todo o país.".

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