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Atualizado em 19/11/2006 às 18h28

Um homem-bomba matou 22 pessoas ao sul de Bagdá neste domingo, ao explodir uma bomba dentro do microônibus que usava para fingir que estava oferecendo empregos diários para xiitas pobres. Na capital, três explosões quase simultâneas, sendo pelo menos dois carros-bomba, mataram ao menos seis pessoas e feriram 30 em uma estação rodoviária na região leste, de maioria xiita.

Um porta-voz da polícia na cidade de Hilla, de maioria xiita, a 100 quilômetros ao sul da capital, disse que 49 pessoas ficaram feridas na explosão no início da manhã, quando estilhaços espalharam-se entre a multidão de trabalhadores que buscavam emprego.

Esta tática já foi usada antes por militantes sunitas ligados à Al Qaeda contra grupos aglomerados com a esperança de conseguir trabalhos temporários. Hilla é alvo constante de ataques, incluindo o ataque suicida mais letal desde a invasão liderada pelos Estados Unidos: 125 pessoas morreram na explosão de um carro-bomba em fevereiro de 2005.

- Eu estava ao lado de outros trabalhadores quando o microônibus chegou e o motorista pediu gente para trabalhar. Todos correram na sua direção e então ele detonou o veículo - disse à Reuters Ali Mohammed, no hospital da região, com um curativo na coxa.

Sua vida provavelmente foi salva pelo fato de ter ido devagar na direção do veículo e por estar atrás da multidão quando aconteceu a explosão.

- Vi o fogo e caí no chão - disse.

Há poucos detalhes sobre os ataques coordenados na garagem de ônibus de Mashtel, em Bagdá, mas uma fonte do Ministério do Interior disse que o número de mortos pode subir além dos seis registrados.

Em Hilla, muitos dos feridos estavam longe do local da explosão.

- Somos pobres. Não fizemos nada de errado - disse Saja Kadhem, que tem uma loja perto do local do ataque, enquanto médicos faziam um curativo em sua cabeça, atingida por estilhaços. - Vi os trabalhadores se aglomerando ao redor e então o veículo explodiu.

A violência entre a maioria xiita e a minoria sunita já matou milhares de iraquianos e provoca temores em relação a uma guerra civil aberta.

No sábado, um importante político xiita foi morto em aparente assassinato sectário.

Ali al-Adhadh, do Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque, foi morto a tiros em seu carro no oeste de Bagdá, de maioria sunita.

Os sunitas estão irritados pela ordem de prisão emitida contra o clérigo Harith al- Dari por acusação de incitar o terrorismo. Ele acusou o governo xiita do primeiro-ministro Nuri al-Maliki de sectarismo.

A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, fez um apelo para os iraquianos não deixarem a violência sectária destruir o país.

Rice disse durante visita ao Vietnã no sábado que os iraquianos "têm um futuro, que é um futuro em conjunto".

- Eles não terão um futuro se tentarem ficar separados.

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