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Duas explosões em frente a instalações de segurança mataram 25 soldados e civis nesta sexta-feira (10) na cidade de Aleppo, no norte da Síria, segundo TVs sírias. Foi o mais grave incidente nesse polo comercial do país em 11 meses de revolta popular contra o presidente Bashar al Assad.

A TV mostrou sangue, corpos e pedaços de concreto espalhados pela rua em frente ao suposto alvo de uma das explosões, um prédio da segurança militar.

Aleppo, no norte da Síria, tem sido em geral poupada da turbulência no país, mas os protestos e a violência vêm se intensificando nas últimas semanas.

A TV Addounia, um canal privado, disse que informações iniciais davam conta de que 11 pessoas, entre civis e militares, haviam morrido numa explosão no prédio da segurança militar, e outras 6 num quartel das forças de segurança.

Um repórter da TV estatal, falando ao vivo em frente ao complexo da segurança militar, disse que a explosão foi ouvida a 20 quilômetros de distância. As imagens indicam que a bomba deve ter sido detonada na rua que fica em frente ao edifício de cinco andares. Uma parede e várias vidraças foram explodidas. Pelo menos um carro é visto totalmente destruído, e outros estavam danificados.

Levantando cobertores e plásticos colocados sobre os cadáveres no chão, o repórter mostrou um corpo com a cabeça arrancada, e outros restos humanos, como um tronco sem membros e um pé.

"Pedimos desculpas por mostrarmos essas imagens, mas esse é o terrorismo que está nos alvejando", disse o repórter, com a voz embargada. Ele disse que havia várias crianças entre os mortos, e mostrou um patim que ficou no chão.

"Essa é a liberdade de Hamad e Erdogan?", gritou um homem, referindo-se ao primeiro-ministro do Catar, xeque Hamad bin Jassim, e ao premiê turco, Tayyip Erdogan, que comandam o movimento regional pelo isolamento de Assad. "Hamad, seu cão", disse o homen.

A TV síria mostrou cenas igualmente sangrentas no local da segunda explosão, onde um carro-bomba foi detonado, segundo o repórter. A explosão abriu uma cratera de vários metros, fez um caminhão tombar e espalhou pedaços de concreto por uma ampla área.

Antes, o grupo oposicionista Observatório Sírio de Direitos Humanos disse, citando moradores de Aleppo, que três explosões ocorreram, inclusive uma perto de prédio de segurança. Eles também relataram ter ouvido tiros.

Um morador contatado pela Reuters disse que uma área em torno do complexo de inteligência militar, no bairro de Nova Aleppo, havia sido isolada depois das explosões.

A revolta síria, que começou com manifestações pacíficas reprimidas com dureza pelo governo, se aproxima cada vez mais de uma guerra civil, com a participação de militares desertores e outros insurgentes armados confrontando as forças leais a Assad.

Segundo a ONU, mais de 5.000 pessoas, a maioria civis, já morreram na repressão aos protestos na Síria. O governo sírio diz enfrentar a ação de "terroristas armados" que, com patrocínio estrangeiro, tentam desestabilizar o país.

É difícil confirmar os relatos do governo e da oposição, já que quase toda a imprensa estrangeira foi expulsa do país.

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