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Todos os diplomatas iranianos deixaram a Grã-Bretanha na sexta-feira (2), cumprindo a ordem de expulsão emitida pelo governo local como represália à invasão desta semana na embaixada do Reino Unido em Teerã.

"Posso confirmar que, nesta tarde, todo o pessoal diplomático da embaixada iraniana em Londres decolou do aeroporto de Heathrow," disse um porta-voz da chancelaria.

A expulsão dos embaixadores aumenta a tensão nas relações bilaterais. O chanceler britânico, William Hague, disse que tomou essa decisão por considerar que o governo iraniano foi conivente com o ataque de terça-feira (29) contra a embaixada britânica, realizado por pessoas que protestavam contra a adoção unilateral de sanções da Grã-Bretanha contra o programa nuclear iraniano.

Agora, as relações diplomáticas entre Irã e Reino Unido estão no seu nível mais baixo desde 1989, quando os dois países romperam relações por causa da publicação do romance "Os Versos Satânicos," de Salman Rushdie, que o regime iraniano considerou blasfemo.

Discretamente

Os diplomatas iranianos deixaram a Grã-Bretanha discretamente. A bandeira do Irã continua hasteada na embaixada, na zona oeste da cidade, cenário de um dramático incidente em 1980, quando homens armados tomaram 21 reféns durante seis dias, sendo que dois morreram.

Do outro lado da rua, uma dúzia de manifestantes contrários ao regime islâmico de Teerã gritava "Irã livre" e exigia a retirada dos "terroristas." Alguns policiais vigiavam a situação.

Por causa do incidente de terça-feira, a Grã-Bretanha também retirou o seu pessoal diplomático do Irã.

Analistas dizem que o fechamento da embaixada interrompe um importante canal de comunicação e complica a busca de uma solução diplomática para a crise envolvendo o programa nuclear iraniano.

Governos ocidentais, inclusive o britânico, acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares secretamente. Teerã insiste no caráter pacífico das suas atividades, alegando que seu objetivo é apenas gerar eletricidade para fins civis.

Radicais

O embaixador britânico no Irã, Dominick Chilcott, disse que radicais do regime iraniano podem ter estimulado o ataque à embaixada por considerar que um confronto uniria os iranianos contra os estrangeiros.

Para o diplomata, no entanto, houve um erro de cálculo.

"Eles provavelmente não esperavam que iríamos mandar para casa (o pessoal da) embaixada iraniana em Londres e, nas entrelinhas, pode-se ver na forma como eles reagiram a isso algum remorso por ter provocado (o ataque)," afirmou Chilcott à BBC.

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